O senador José Serra (PSDB-SP) foi colocado no banco dos réus por suposto caixa dois no valor de R$ 5 milhões. O fato ocorreu após o juiz eleitoral Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, receber uma denúncia do Ministério Público Eleitoral, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.

A peça foi enviada pela Promotoria e aceita pela Justiça horas depois do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devolver o caso para a primeira instância nas vésperas da prescrição do crime, que ocorreria nesta quarta-feira (4).

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Serra é acusado de receber doações na campanha eleitoral ao Senado em 2014 não declaradas à Justiça, que teriam partido do fundador da Qualicorp, José Seripieri Filho, que também foi denunciado e se tornou réu. Ambos foram alvos da Operação Paralelo 23, deflagrada pela Polícia Federal no final de julho. Segundo a PF, o senador teria recebido R$ 5 milhões em três parcelas, sendo duas de R$ 1 milhão e outra de R$ 3 milhões.

Para o juiz Vargas, os indícios trazidos pela Promotoria Eleitoral são suficientes para o recebimento da denúncia pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção e lavagem de dinheiro. As acusações se baseiam na delação do empresário Elon Gomes de Almeida.

Os autos do processo foram postos sob sigilo para “evitar interferências indevidas no processo eleitoral municipal de 2020”. O sigilo deverá ser levantado a partir do dia 28 de novembro – data do segundo turno das eleições. A defesa de Serra não se manifestou sobre o caso.