Johnson & Johnson entregará até 400 milhões de doses da vacina contra a covid-19 aos países da União Africana, anunciou nesta segunda-feira (29) a gigante farmacêutica americana.

Segundo os termos do acordo, 220 milhões de doses do imunizante, que precisa de só uma injeção, serão distribuídas aos 55 países membros da União Africana, onde as entregas começarão no terceiro trimestre de 2021.

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Os países participantes poderão, se considerarem necessário, encomendar 180 milhões de doses adicionais, até chegar a um total de 400 milhões de vacinas Johnson & Johnson enviadas antes de 2022.

“Nos comprometemos com um acesso equilibrado e global às vacinas contra a covid-19”, afirmou o diretor-geral da empresa americana, Alex Gorsky, em um comunicado.

A Johnson & Johnson anunciou em janeiro que sua vacina é 66% eficaz contra a covid-19.

Diferente dos imunizantes da Pfizer e Moderna, baseados na inovadora técnica do RNA mensageiro, a vacina da “J&J” é baseada no “vetor viral”.

Imunizantes desse tipo usam como apoio outros vírus menos agressivos, transformados para acrescentar instruções genéticas de uma parte do vírus responsável pela covid-19.

O vírus modificado penetra nas células das pessoas vacinadas, que fabricam então uma proteína típica do SARS-CoV-2, educando seu sistema imunológico para reconhecê-lo. Este processo também é usado para as vacinas da AstraZeneca e Sputnik.

O imunizante da Johnson & Johnson apresenta outra vantagem importante: pode ser armazenado em temperaturas de geladeira em vez de congeladores, facilitando significativamente sua distribuição.

Entre meados de fevereiro e meados de dezembro de 2020, a União Africana registrou 2,8 milhões de casos de infecção por coronavírus em seus 55 países, apenas 3% do total mundial, e contabilizou 65.602 mortes, segundo um estudo publicado na revista britânica The Lancet.