BUENOS AIRES (Reuters) – O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse nesta segunda-feira que a entidade tem regras para resolver a interrupção da partida entre Brasil e Argentina pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo, e que “nem sempre é possível” decidir as partidas de futebol dentro do campo.

O clássico sul-americano em setembro, em São Paulo, foi suspenso após a entrada em campo de funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com apenas 5 minutos devido à participação de quatro jogadores argentinos acusados de não cumprirem a regulamentação em vigor no Brasil devido à pandemia de Covid-19.

“O que vimos é algo que não pode acontecer, é inaceitável que uma partida seja interrompida dessa forma. Os órgãos (da Fifa) vão decidir”, disse Infantino em entrevista coletiva no centro de treinamento da Associação Argentina de Futebol (AFA), nos arredores de Buenos Aires.

“É sempre bom decidir dentro de campo e não fora, mas nem sempre é possível e também temos regras para isso”, acrescentou o dirigente durante viagem pela América do Sul para promover a realização de uma Copa do Mundo por ano, alternando futebol masculino e feminino.

Após a suspensão do jogo em São Paulo, a Fifa anunciou a abertura de um processo disciplinar contra as duas federações e solicitou informações para analisar os eventos que causaram o incidente.

“É um caso que está pendente no comitê disciplinar da Fifa, e o presidente da Fifa não pode, não deve e não vai intervir. Os órgãos jurídicos da Fifa são independentes”, disse Infantino.

“Vamos ver o que eles decidem, o que é certo é que no futuro não queremos ver mais imagens como esta na América do Sul, no Brasil, na Argentina ou em outras partes do mundo. É algo que torna o futebol ruim”, afirmou.

Recentemente, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, disse que a política da confederação sul-americana é que “os jogos têm que ser definidos dentro de campo”, apesar de a decisão final caber à Fifa.

Durante a visita à Argentina, Infantino também comemorou a disputa de uma partida entre a seleção “albiceleste” e a Itália em homenagem a Diego Maradona, que morreu em 2020, e disse que a Fifa vai dar “total apoio” e pensar em “algo mais, ótimo e especial”.

“O que Diego fez para nos apaixonar pelo futebol é único, e temos que reconhecer. Todo mundo o ama na Argentina, mas todo mundo o ama no mundo todo”, disse.

(Reportagem de Ramiro Scandolo)

tagreuters.com2021binary_LYNXMPEH9H15K-BASEIMAGE