O ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso será sepultado nesta quarta-feira, 20, no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. Reis Velloso morreu na manhã desta terça-feira, 19, aos 87 anos. Ele faleceu em sua casa, no bairro de Ipanema, zona sul da cidade. O velório está marcado para as 8h, seguido do enterro, que ocorrerá às 10h30.

O filho de Reis Velloso, João Marcos Velloso, contou que o pai tinha tomado café da manhã e se preparava para uma sessão de fisioterapia quando teve um mal súbito. “Ele estava bem, claro, estava idoso e um pouco fraco porque estava muito magro e com dificuldade de ganhar peso. Mas hoje comeu normalmente, tomou café da manhã na minha presença e de minha mãe. Ele ia fazer fisioterapia, e quando se levantou perdeu a força subitamente. Provavelmente teve uma parada cardiorrespiratória. Mas não sou médico, não sei se foi exatamente isso. Ele não se queixou de mal-estar. Até chamamos socorro médico, mas já não havia nada a fazer. Creio que morreu por causas naturais”, relatou João Marcos Velloso.

Natural do Piauí e radicado no Rio, o economista serviu a diferentes governos desde o início da ditadura militar, em 1964, passando pelos governos Castelo Branco, Costa e Silva, Médici e Geisel.

“Lembramos com carinho a figura extraordinária do ministro e professor José Reis Velloso. Foi ministro do Planejamento e promovedor dos mais importantes encontros sobre desenvolvimento econômico brasileiro, editou inúmeras obras sobre o tema no INAE (Instituto Nacional de Altos Estudos). Promoveu as artes, cultura e a cidadania no Brasil. Tivemos a grata oportunidade de homenageá-lo concedendo durante nossa gestão no BNDES, a Medalha do Desenvolvedor. Hoje faltam figuras no governo da estatura de Reis Velloso”, declarou o economista Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A Fundação Getulio Vargas (FGV) lembrou que entre as múltiplas tarefas que desempenhou ao longo de sua vida, Reis Velloso também foi professor.

“Inicialmente, participou do Centro de Aperfeiçoamento dos Economistas (CAE). Posteriormente, tornou-se professor da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE/FGV), onde trabalhou com Mario Henrique Simonsen, seu ex-companheiro no ministério do governo Ernesto Geisel. Reis Velloso colaborou na formação de centenas de economistas, que viriam a desempenhar relevantes funções nos setores público e privado. Suas ideias foram sempre pautadas por um elevado ideal do bem nacional”, declarou a FGV, em nota.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) também divulgou nota de pesar pelo falecimento de Reis Velloso, que presidiu o órgão no fim da década de 60. “Nos anos 60, Reis Velloso foi incumbido pelo então ministro do Planejamento, Roberto Campos, de coordenar um dos mais notáveis projeto de planejamento econômico brasileiro, o Paeg (Programa de Ação Econômica do Governo). Foi o segundo dirigente do Ipea e empenhou-se para consolidá-lo como órgão de apoio à avaliação das políticas públicas do governo federal e ao planejamento estratégico do desenvolvimento econômico e social. O ministro Reis Velloso dedicou sua vida a pensar e a propor soluções para tornar o Brasil um país desenvolvido”, escreveu Ernesto Lozardo, presidente do Ipea, em nota oficial.