À frente dos Democratas da Suécia (SD), Jimmie Åkesson, líder do partido de extrema-direita, conseguiu levar seu discurso além dos eleitores tradicionais de seu campo, ao mesmo tempo que tenta superar a origem neonazista do partido.

Åkesson, de apenas 39 anos, enfrenta sua quarta eleição legislativa no domingo contra o SD. De acordo com as pesquisas, seu partido tem 20% das intenções de voto, algo nunca visto a nível nacional.

O cenário é um êxito pessoal para o homem que se tornou o principal opositor ao governo de centro-esquerda, após a chegada 160.000 solicitantes de asilo ao país em 2015.

Quando foi eleito em 2005 como líder do partido, após um compromisso entre as diversas alas do SD, poucos apostavam em sua capacidade de levar o pequeno partido ao Parlamento, o que foi alcançado em 2010, com 5,7% dos votos e 20 deputados.

“Ele começou com quase nada. Quando foi designado, as pessoas não sabiam o que era o Democratas da Suécia”, recordou Christer Boström, que antes votava na esquerda, em um comício do candidato em Örebro (centro).

Em setembro de 2014, o SD conquistou uma nova vitória ao se tornar o terceiro maior partido do país com 13% dos votos. Esgotado, Jimmie Åkesson se afastou da política por seis meses.

Åkesson nasceu em 1979 em Sölvesborg (sul), onde aos 19 anos foi eleito vereador. Filho de um pequeno empresário e uma enfermeira, entrou cedo para a política.

Ele integrou no início o campo conservador (no partido Moderados), mas rapidamente se decepcionou por seu liberalismo econômico e apoio à entrada da Suécia na União Europeia em 1995.

Não está claro se entrou para o SD este ano ou em 1994, quando vários quadros extremistas dos conservadores deixaram o partido.

No Democratas da Suécia substituiu o presidente Anders Klarström, que militou em um pequeno grupo neonazista, o Nordiska Rikspartiet.

De acordo com documentos publicados pela imprensa, Åkesson teria entrado para o SD em 1994.

“Sempre fui nacionalista. Quando era criança me recusava a jogar hóquei de mesa se não deixassem que eu controlasse os jogadores ‘azuis e amarelos'”, cores da bandeira sueca, afirmou a uma publicação dos Jovens Democratas da Suécia em 1999.

“No começo, era um partido racista”, disse Christer Boström, que usa a camisa com as cores do partido. “Mas conseguiu mudar isto”, completou.

O partido foi criado em 1988 por membros do extinto movimento Bevara Sverige Svenskt (Conservemos como sueca a Suécia). Desde então o SD se distanciou dos grupos racistas e violentos, muito ativos nos anos 1990.

Para Jimmie Åkesson, “os que não são democratas não podem ser do Democratas da Suécia”.

“O nazismo é uma ideologia antidemocrática, socialista, racista, imperialista, internacionalista e violenta”, afirmou o ex-web designer, que tenta cultivar uma imagen “2.0” de seu partido.