Um tribunal penal de Paris condenou nesta sexta-feira (17) a penas que variam de 25 anos à prisão perpétua 19 pessoas, supostamente mortas, por terem viajado ao Iraque e à Síria em 2014-2015 para combater com o grupo jihadista Estado Islâmico.

A maior pena foi para Mohamed Belhoucine, o mentor do homem que em 2015 atacou um supermercado de produtos kosher em Paris.

Os outros acusados ausentes foram condenados a penas de 25 a 30 anos.

Outros cinco acusados, que estavam presentes no julgamento, foram condenados a penas de entre 2 e 12 anos de prisão.

Algumas penas, em geral, inferiores às solicitadas pela procuradoria, que pedia 15 anos para dois deles, um por seu “papel central” na célula jihadista e outro por não ter desejado se “desvincular” da ideologia jihadista.

As penas infligidas aos julgados à revelia são idênticas às solicitadas pela procuradoria.

Entre os processados na ausência, se encontravam Quentin Roy, dado como morto aos 23 anos durante uma operação suicida no Iraque.

Um casal que viajou com seus três filhos também foi condenado, um pregador radical e os irmãos Belhoucine, que serão novamente julgados neste ano no caso dos atentados de janeiro de 2015 na região parisiense.

Mohamed Belhoucine é considerado autor do juramento de lealdade ao grupo Estado Islâmico que leu Amédy Coulibaly na reivindicação do ataque no supermercado kosher do leste de Paris, em que 4 pessoas morreram, em 9 de janeiro de 2015.

Quentin Roy, jovem convertido ao islã, foi o único dos julgados à revelia que teve defesa. Seu advogado destacou o “paradoxo” que supõe “julgar um homem que se suicidou” em uma operação suicida, quando o direito francês indica que qualquer processo seja suspenso se o acusado morrer.