Maior rede de comunicação do Brasil, o grupo Globo, a julgar pela enxurrada de notícias do fim de semana, pode estar com os dias contados para sair do controle da família Marinho. A especulação é que o grupo poderia ser comprado pela J&F, holding cotroladora da JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. A intermediação da compra seria feita pelo BTG Pactual.

Publicada em diversas colunas durante o final de semana, a notícia foi desmentida pela Globo, pela J&F e pelo BTG: “São absolutamente falsas as ilações publicadas hoje pelo jornal Correio da Manhã. Não há nem nunca houve qualquer intenção de venda do Grupo Globo por parte de seus acionistas”, disse a Globo no sábado (13); “O BTG Pactual nega que esteja intermediando a compra do Grupo Globo pela J&F”, comentou o BTG; “A J&F também nega estar negociando a compra do Grupo Globo”, desmentiu a J&F.

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Segundo o jornal Brasil Econômico, para que uma negociação do tipo avance e evite sanções administrativas e multas milionárias à JBS (controlada da J&F), precisa seguir algumas regras antes de ser concluída. Como a JBS é uma empresa de capital aberto, negociada na Bolsa, o primeiro dos passos é comunicar à Comissão de Valores Mobiliárias (CVM) a intenção de compra e emitir ao mercado um “fato relevante”.

Outro ponto esbarra no fato de a Globo operar na rede aberta com uma concessão pública, fazendo com que a compra necessite de uma autorização prévia do governo federal – saber-se que o presidente Jair Bolsonaro é inimigo declarado da emissora.

Os valores não são oficiais, mas rumores dão conta de que a holding estaria interessada em pagar mais de R$ 25 bilhões pelas operações de TV, jornais, rádio e plataformas de streaming da Globo. Apesar do alto valor, a cifra não se compara ao poder da J&S, maior produtora de proteína animal, com faturamento anual superior aos R$ 200 bilhões.

O interesse dos irmãos Batista em comandar um conglomerado de notícias é antigo. Em 2014, Joesley tentou comprar o jornal O Estado de S. Paulo e os Diários Associados, mas a negociação não vingou. Na mesma época, ele tentou comprar o SBT, do apresentador Silvio Santos, novamente sem sucesso.