Comer menos vezes seria melhor para a saúde e para a qualidade de vida do que simplesmente comer menos – afirma um estudo realizado com ratos por uma equipe americana e publicado na revista Nature Metabolism, nesta segunda-feira (18).

Os pesquisadores compararam grupos de ratos, que tiveram o número de calorias de sua dieta reduzido, e descobriram que aqueles que comeram em uma única ingestão tinham uma expectativa de vida mais alta do que aqueles que ingeriram as mesmas calorias de forma distribuída.

Além disso, seu metabolismo também funcionava melhor.

O autor do estudo, Dudley Lamming, da Universidade de Wisconsin (centro-norte dos Estados Unidos), disse à AFP que os cientistas sabiam há quase um século que reduzir as calorias melhorava a expectativa de vida dos roedores. A equipe de Lamming decidiu, então, investigar o papel do tempo entre as refeições.

Separaram um grupo de controle com acesso ilimitado e regular a alimentos, e dois grupos de camundongos, com redução de 30% em sua ingestão calórica. Um deles tinha acesso permanente à comida, e o outro apenas, a cada 21 horas.

O estudo mostra que os ratos que comiam a cada 21 horas viveram meio ano a mais do que aqueles que podiam comer a qualquer hora do dia.

Já o grupo que podia comer quando quisesse, mesmo sendo alimentos menos calóricos, vivia um pouco menos do que o grupo controle.

“O jejum imposto é essencial para uma dieta de baixa caloria”, disse Lamming.

Finalmente, outro grupo de ratos comeu a mesma quantidade de calorias que o grupo controle, mas por três horas e depois de um longo período de jejum diário. Embora sua longevidade não tenha sido estudada, este grupo obteve os mesmos benefícios para a saúde que o grupo que comeu menos calorias e jejuou.

Ambos os grupos “podem regular melhor seu açúcar no sangue e adaptar seu metabolismo para as diferentes demandas durante o dia”.

O grupo sob uma dieta de baixa caloria que comeu durante todo dia não mostrou, por sua vez, grande melhora em seu metabolismo, nem uma maior longevidade.

As dietas de jejum intermitente são muito populares entre celebridades como Hugh Jackman e Kourtney Kardashian, mas Lamming nos lembra que ainda não conhecemos os benefícios a longo prazo.

E “não sabemos qual é o melhor momento para jejuar, nem a reação de cada pessoa”, acrescenta.