que pode ser considerado popular? A resposta está na ponta da língua: um carro com motor 1.0, um celular pré-pago e… um jatinho de US$ 5 milhões. Isso mesmo, em um mercado no qual os aviões executivos chegam a custar cerca de US$ 20 milhões, uma nova safra de jatos luxuosos, menores e com preços mais acessíveis começa a despontar no céu. É como se a indústria de aviação executiva deixasse de fabricar apenas Ferraris para investir pesado na produção de máquinas boas e ?baratas?. Trata-se de uma nova tendência no setor de jatos e motivos para que isso aconteça não faltam. De acordo com dados do International Business Aviation Council (Ibac), órgão que estuda a indústria no mundo, o mercado de aviões populares vai crescer 10% ao ano até 2013. E no Brasil já começa a dar passos mais largos com a chegada de dois modelos novos: o Mustang, da Cesna, e o Premier I, da Raytheon.

O Mustang, por exemplo, foi lançado em setembro de 2002 no mercado americano. Em apenas oito horas foram encomendados 179 exemplares. O mesmo sucesso foi visto no Brasil. Em pouco tempo de comercialização, a TAM, representante da marca no País, recebeu 32 encomendas. Qual o segredo? O preço de apenas
US$ 2,3 milhões, que pode ser financiado com uma entrada de US$ 350 mil e mensais de US$ 18 mil. ?A primeira entrega será feita em janeiro de 2007?, diz Rui Thomaz de Aquino, presidente da Táxi Aéreo Marília (TAM), braço da companhia de aviação que vende jatos executivos. O Mustang promete causar uma revolução no mercado de jatos, pois alia conforto, tecnologia e facilidade de pilotagem. Com um design arrojado, ele tem capacidade para cinco passageiros, atinge 600 km/h e conta com uma autonomia de vôo de 1,8 mil km. O suficiente para ir de São Paulo a Salvador, na Bahia, sem escala. Mas se para você isso não é o bastante, saiba que a empresa tem outra opção que já está no mercado desde 2001: o Citation Jet. Com autonomia de vôo de 2,5 mil km e uma velocidade de 730 km/h, ele sai por
US$ 3,9 milhões.

A concorrente Raytheon também resolveu apostar nesse segmento e fez o seu debut no mercado em grande estilo. Aterrissou no País com o Premier I, uma máquina avaliada em US$ 5,3 milhões e dotada de tecnologia militar. Seu grande diferencial é a fuselagem produzida em materiais compostos e fibra de carbono. ?É o mesmo equipamento usado nos caças de guerra americanos F-16 e F-18?, diz Marcelo Marangon Araújo, diretor de vendas de jatos da Líder Aviação, representante da marca no Brasil. Com uma velocidade de 850 km/h e autonomia de 2,7 mil km, ele não deixa a desejar quando o assunto é conforto. Há espaço para seis passageiros em largas poltronas de couro e a cabine tem 1,65 m de altura. O suficiente para transformá-lo no mais luxuoso dos populares.