O Japão anunciou nesta quinta-feira (26) que suspendeu o uso de 1,63 milhão de doses da vacina anticovid-19 da Moderna, depois de detectar impurezas em alguns frascos que, segundo a imprensa local, foram fabricados na Espanha.

O Ministério da Saúde espanhol estimou, nesta quinta-feira (26), que os únicos lotes da vacina anticovid da Moderna produzidos na Espanha e que continham impurezas são os retirados pelo Japão.

“Todos os dados disponíveis indicam que não há outros lotes afetados”, explicou o ministério da Saúde em um comunciado transmitido à AFP.

O ministério acrescentou que a vacina com impurezas “não foi distribuída a nenhum outro país”.

“Tanto as autoridades japonesas quanto as espanholas estão avaliando o risco da presença dessas partículas e em função dessa análise tomaremos as medidas necessárias”, disse o ministério espanhol.

As autoridades de Saúde afirmaram que “a ROVI já está trabalhando na investigação das causas desses problemas de qualidade”, sob supervisão da Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS).

A AFP entrou em contato com a empresa ROVI para obter comentários, mas não obteve resposta. Suas ações caíram mais de 12% na Bolsa de Madri.

Em um comunicado, a Moderna estimou que “o problema de fabricação ocorreu em uma das linhas de produção usadas em seu centro de fabricação contratado na Espanha”, dizendo que até agora “não identificou problemas de segurança ou eficácia”.

Em um comunicado, o grupo farmacêutico japonês Takeda, que importa e distribui esta vacina no Japão, disse ter recebido “informes de vários centros de vacinação, segundo os quais corpos estranhos foram descobertos” em frascos lacrados.

“Após consulta ao Ministério da Saúde, decidimos suspender o uso” de todas as vacinas de três lotes, ou 1,63 milhão de doses no total, acrescentou o grupo.

A Takeda convocou o laboratório americano Moderna para fazer uma “investigação urgente” desses lotes que, segundo a mídia local, foram produzidos na Espanha.

As impurezas foram detectadas em 39 frascos em oito centros de vacinação no Japão, de acordo com a emissora de televisão pública NHK.

Os frascos pertenciam a apenas um dos três lotes designados. Por precaução, os outros dois também foram removidos, informou o porta-voz do governo, Katsunobu Kato nesta quinta-feira.

Em entrevista coletiva, o porta-voz garantiu que “nada indica” que as doses incriminadas tenham sido administradas.

O pessoal médico costuma inspecionar os frascos antes de injetar as doses, disse o Ministério japonês da Defesa, que administra os centros de imunização.

Em torno de 43% da população está totalmente vacinada no Japão, que atualmente enfrenta níveis recordes diários de infecções, por causa da variante delta.