Em última sessão como presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse hoje (5) que viveu um dos dias mais tensos de sua carreira ao anunciar ontem (4) a possibilidade de rever o acordo de delação premiada firmado com executivos da JBS. 

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante a 22 Reunião Especializada de Ministérios Públicos do Mercosul (REMPM) (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, presidiu última reunião do Conselho Superior do MPFMarcelo Camargo

Em discurso, Janot disse que uma pessoa chegou a lhe dizer que ele agiu com muito coragem, porém o procurador afirmou que foi movido pelo medo “de errar”.

“Cheguei a conclusão que não tive coragem nenhuma. Na verdade, o que tenho é medo. O medo nos faz alerta. E medo de quê? Medo de errar muito e medo de decepcionar minha instituição. Todas as questões que enfrentei, enfrentei muito mais por medo de errar, medo de me omitir, de decepcionar minha instituição do que de coragem para enfrentar esses enormes desafios”, disse.

Na sessão, Janot deixou sucesso a Raquel Dodge, que assumirá a chefia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no próximo dia 18.