A Jaguar Land Rover anunciou a paralisação de uma unidade de produção na cidade de Solihull, na Inglaterra, por duas semanas. Em comunicado, a montadora afirmou que os trabalhos ficarão suspensos a partir do dia 22 de outubro.

Segundo o The Guardian, a medida é consequência da queda acentuada na venda de veículos na China, o principal mercado da empresa. Em setembro, a redução alcançou 46%. No último ano, o mercado chinês foi responsável pela compra de um quarto de toda a produção da montadora.

A Jaguar Land Rover afirmou que os 9 mil funcionários da empresa serão pagos mesmo com a suspensão da produção e que não haverá demissões. Até outubro, mil funcionários temporários foram dispensados da unidade de Solihull.

“Como parte da estratégia da empresa para o crescimento, a Jaguar Land Rover está focada em alcançar eficiências operacionais e alinhar a oferta para refletir a demanda flutuante global, conforme necessário”, disse um porta-voz da empresa.

China, diesel e Brexit

A medida é a última de uma série de reveses para a montadora, de propriedade do conglomerado indiano Tata. A empresa tem sido forçada a diminuir o quadro de funcionários e desacelerar a produção após o agravamento das tensões comerciais entre China e os Estados Unidos, além da queda de venda de veículos a diesel em todo o mundo e o Brexit.

A montadora apontou as tarifas de importação impostas pela China como razão ao prejuízo de 264 milhões de libras entre abril e junho deste ano. Mesmo depois da queda de algumas barreiras, em julho, as vendas não aqueceram, desta vez justificadas pela briga comercial com os EUA.

Queda generalizada

A Jaguar Land Rover não é a única montadora britânica a enfrentar um período de turbulência. De acordo com a BBC, o registro de novos carros no Reino Unido caiu 20,5% em setembro, após uma leve recuperação em agosto, mas em um ano ruim no geral.

O Brexit e as incertezas de acordos comerciais futuros são os principais motivos para as quedas. Nas últimas semanas, as montadoras japonesas Nissan, Toyota e Honda alertaram que o Brexit sem acordos poderia atingir a produção e os lucros.

E em setembro, a BMW disse que teria que fechar a fábrica da Mini em Oxford por um mês depois do Brexit se o Reino Unido não conseguisse garantir um acordo comercial com o bloco.