O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, deu uma indireta na manhã desta quarta-feira, 25, à demora de uma conclusão sobre um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Ao falar para um grupo de empresários que acompanha a 10ª cúpula dos BRICS, em Johannesburgo, na África do Sul, ele citava os acordos comerciais fechados pelo Brasil por meio do seu bloco regional, quando mencionou a morosidade das tratativas com a Europa. “A negociação Mercosul-UE já dura muito tempo, e está na hora de ser concluída”, afirmou.

O ministro disse que o País está empenhado em criar acordos comerciais e de investimentos entre os países do Mercosul, que é um bloco importante devido a sua presença na economia mundial, e também entre outros países e blocos. “Já iniciamos negociação Mercosul-Canadá, a do Mercosul-Singapura foi lançada há dois dias, a do Mercosul e Coreia do Sul, a do Mercosul e países do EFTA”, enumerou, abordando, por último a sigla, em inglês, da Associação Europeia de Livre Comércio.

Nunes informou também que há interesse do setor privado brasileiro e do japonês em relação a um acordo entre o Mercosul e o Japão. “Nos esforçamos também na pauta de preferências comerciais mais amplas do que temos hoje com o Sacu (sigla em inglês para União Aduaneira da África Austral) e com a Índia, em particular, que são ainda reduzidas”, pontuou.

Sobre a economia brasileira, o ministro enfatizou a reforma feita na legislação laboral, o “enfrentamento” do déficit fiscal, que, segundo ele, permitiu a “redução substancial” da taxa de juros do País ao lado da queda “muito significativa” da inflação.

“O Brasil retoma agora depois de dois anos de profunda recessão, com um pequeno crescimento. O crescimento é de 1,8% este ano, mas tendo como referência a depressão que tivemos em 2015 e 2016 é um passo importante”, comparou.

Ainda aos empresários, Nunes disse que o Brasil é um país acolhedor, que tem regras jurídicas estáveis e um Poder Judiciário que funciona. “Trabalhamos para aumentar a transparência entre governo e sociedade e o intercâmbio de informações deve continuar.”