Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) – A economia dos Estados Unidos está crescendo em seu ritmo mais rápido desde o início dos anos 1980, enquanto as contas bancárias das famílias estão cheias de dinheiro distribuído pelo governo federal para atenuar o impacto da pandemia de coronavírus.

Mais de 900 mil empregos foram criados em março e uma pesquisa da Reuters com economistas espera pouco menos de um milhão a mais em abril, embora alguns analistas esperem o dobro desse ganho.

Os Estados Unidos ainda estão em recessão?

O bom senso e muitos dados dizem que não, mas o Business Cycle Dating Committee, um painel organizado pelo Bureau Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês), que atua como árbitro oficial das recessões nos Estados Unidos, ainda não definiu uma data final para a contração econômica, que, segundo o órgão, começou depois de fevereiro de 2020, perto do início da pandemia.

O “crash” pode, na verdade, ter durado apenas algumas semanas, com uma recuperação igualmente dramática se enraizando rapidamente.

De fato, essa pode acabar sendo a única recessão de apenas um mês do país e quase certamente será uma das mais breves. A mais curta, baseada em registros que datam de meados de 1800, foi uma queda de seis meses no início de 1980, embora tenha sido seguida rapidamente por outra depressão.

“Meu palpite é que o comitê do NBER concluirá que a recessão terminou em abril ou maio”, de 2020, disse David Wessel, diretor do Centro Hutchins de Política Fiscal e Monetária da Brookings Institution, com sede em Washington. O comitê, “sabiamente, não se apressou em chegar a essa conclusão porque ninguém sabia se o vírus e a recessão voltariam.”

“Eu definitivamente acho que acabou”, disse Josh Bivens, diretor de pesquisa do Economic Policy Institute, um instituto de pesquisa com sede em Washington que se concentra em questões trabalhistas. Mesmo com a lacuna existente no emprego de cerca de 8,5 milhões de vagas perdidas em relação ao período pré-pandemia, o comitê “pode até mesmo determinar seu fim em junho ou julho do ano passado”.

“A verdadeira questão em aberto é quando passaremos da ‘recuperação’ — voltando aos níveis anteriores à recessão — e entraremos na ‘expansão’.”

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