O grupo J&F  está buscando bancos para vender as empresas Alpargatas, Eldorado e Vigor. O banco Bradesco BBI já foi consultado sobre as operações.  Mais cedo, uma fonte próxima à empresa e uma fonte próxima ao banco haviam confirmado a contratação, o que ainda não aconteceu segundo nota oficial da empresa. “A J&F Investimentos informa que não é verdadeiro o relato de que contratou o Bradesco BBI ou qualquer outro banco para a venda de ativos.”

A expectativa dos investidores é de que com a venda de outros ativos, a companhia possa centrar forças na operação da JBS que deve passar por forte turbulência com os acordos de delação, já fechado, e o de leniência que está em negociação com o Ministério Público Federal (MPF).

Por volta das 14h30, as ações da JBS, dona da marca Friboi, subiam mais de 13%, liderando as altas do Índice Bovespa. Operadores dizem que a recuperação se dá por conta das perdas históricas vistas com a repercussão do acordo de delação premiada feito pelos executivos do grupo. A avaliação é de que a operação da dona das marcas Friboi e Seara é sólida e que pode resistir à turbulência gerada pelas revelações de corrupção.

A situação financeira no grupo tende a ficar apertada na medida em que os bancos tiverem que renovar as linhas de crédito para a empresa ou até mesmo com o acordo a ser firmado com o MPF. Segundo fontes, a empresa está otimista de que o acordo seja fechado em cerca de R$ 6 bilhões ou R$ 7 bilhões, mas os procuradores estão bastante rígidos em função da péssima imagem que está sendo transmitida ao mercado com o acordo firmado com os irmãos Batista, em que eles saíram imunes dos crimes que admitiram ter cometido. A oferta orginal do MPF era um acordo de R$ 11 bilhões a ser pago em dez anos.

Segundo analistas, a tendência é que a Fíbria seja a primeira interessada na Eldorado, até pela sinergia que uma aquisição como esta traria à empresa e o poder de mercado mundial que a companhia ganharia. Mas a Fibria vai querer comprar por um preço baixo, segundo fontes. Já a Alpargatas teria o potencial de atrair os concorrentes que foram deixados para trás na disputa em 2015. A J&F pagou R$ 2,7 bilhões pela empresa, com dinheiro emprestado da Caixa. A Vigor teria a empresa PepsiCo interessada. Qualquer conversa, no entanto, estaria condicionada ao fechamento do acordo de leniência.