O Índice de Tendência Econômica da Facamp (ITE-Facamp) cresceu 1,2% na passagem de março para abril, na série com ajuste sazonal, depois de alta de 0,4% no mês anterior. Com o resultado, a média móvel trimestral do indicador inverteu o sinal e passou de queda de 0,5% no período até março para alta de 0,4% nesta leitura.

Em relação a abril de 2020, o ITE-Facamp registrou alta de 29,5%, após subir 10,1% em março, na comparação interanual. O índice acumula crescimento de 4,4% nos 12 meses encerrados em abril, de alta de 1,0% no mesmo período encerrado em março.

Pesquisadores do Núcleo de Estudos de Conjuntura (NEC) da Facamp, responsável pelo índice, afirmam que o desempenho da atividade em abril foi puxado pela recuperação de setores da indústria cujos estoques foram impactados pela pandemia em 2020, bom desempenho do setor exportador e pelos efeitos do auxílio emergencial.

“Esses fatores compensam, em parte, o fraco desempenho do mercado de trabalho, que vem registrando nos últimos meses recordes negativos em relação à taxa de desemprego e à renda”, explica o professor da Facamp Saulo Abouchedid, em nota.

O NEC alerta, no entanto, para os riscos criados pela crise hídrica do País para a atividade econômica. “As previsões negativas para o setor elétrico vão pressionar o preço da energia e, consequentemente, a inflação. A combinação de uma possível escalada inflacionária com o mercado interno fragilizado limita os benefícios gerados pelo avanço da vacinação”, avalia o professor Rodrigo Sabbatini.

O indicador

Segundo os pesquisadores do NEC-Facamp, o ITE possui um coeficiente de correlação (r) de 0,90 com o IBC-BR do Banco Central, principal proxy mensal do PIB brasileiro. A correlação do ITE-Facamp com o PIB trimestral é de 0,86.

O ITE-Facamp mensal tem divulgação pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) sempre entre os dias 10 e 15 de cada mês. Para visualizar o indicador, digite o código ITE-FACAMP na janela de cotação do terminal ou acesse pelo menu indicadores.

O índice é calculado pelo NEC da Facamp com base em dados públicos de consumo de energia da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A base é agregada e tratada, de forma a garantir a correlação com os dados de atividade. A amostra também exclui efeitos de temperatura e sazonalidade.

Saiba mais sobre o índice na entrevista com o professor Ricardo Buratini, disponível no canal da Agência Estado no YouTube no seguinte endereço de internet: https://www.youtube.com/watch?v=QAoe92udgIc&feature=youtu.be