A queda dos juros levou muitos investidores a buscar aplicações mais rentáveis nos últimos 18 meses. Essa mudança no mercado e o crescimento da competição na gestão de recursos levaram a Itaú Asset Management a reformular sua estratégia. A meta agora é oferecer soluções tanto para quem tem R$ 1 milhão ou mais para investir quanto para o investidor que está começando com apenas um real. Isso permitiu à empresa, segunda maior do mercado com R$ 746 bilhões em ativos, elevar sua captação em R$ 30 bilhões em 12 meses, disse o CEO da empresa, Carlos Augusto Salamonde. Essa flexibilidade levou o Itaú Unibanco a receber o prêmio Melhor Banco para Investir, na categoria Varejo Seletivo.

Segundo Salamonde, os juros mais baixos fizeram com que muitos poupadores buscassem alternativas para elevar seus ganhos, mesmo tendo que assumir um pouco mais de risco. “E, mesmo o Itaú sendo um dos maiores bancos do mercado na gestão, tivemos de nos mexer para fazer frente à concorrência. E conseguimos: saímos do 6º para o 1º lugar em retorno absoluto”, disse o executivo. A democratização dos investimentos mudou o perfil dos investidores, o que tornou a atuação ainda mais complexa. “Isso exigiu um reposicionamento, tivemos de diversificar nossa grade de produtos para atender mais pessoas, além de ter de fazer frente à concorrência com um número cada vez maior de gestoras que surgiram no mercado”, disse Salamonde. Para atender todos, democratizando o acesso a novas formas de investimentos, a asset do Itaú já contabiliza 250 funcionários, dos quais 60 novos profissionais treinados.

Ele avalia que essa transição ainda não acabou e há muito espaço a ser ocupado, incluindo mais educação financeira no país. “Quando a taxa de juros era alta, o conforto era maior. Mas agora obter ganhos não é mais tão fácil e é preciso adotar novas estratégias. E esse novo consumidor precisa saber o que está comprando, não só no Brasil como no mundo. E nós oferecemos a possibilidade uma asset global.”

Para Salamonde, 2020 foi um ano complexo e os juros baixos exigiram ações mais rápidas. Mas a migração de novos investidores para este mercado coloca o banco no seu melhor momento. Nem a competição com plataformas digitais assusta a instituição. “Hoje, em muitos casos, até fazemos parcerias. Mas o principal é que agora conseguimos centralizar todos os produtos que o cliente precisa e investimos muito em capacitação da equipe.” No portfólio há opções como renda fixa (nacional e internacional), renda variável, ações (também nacionais e globais), fundos multimercados com seleção de terceiros, câmbio, ouro, além de investimentos em fundos com foco em ativos sustentáveis, os chamados ESG, da sigla em inglês Environment, Social and Governance.