Papéis avulsos

O Itaú anunciou na segunda-feira 25 mudanças na composição de seu Comitê Executivo da Diretoria Geral de Varejo (DGV), com o objetivo de tornar a operação mais jovem e moderna. A intenção, segundo comunicado, é deixar o grupo voltado para dados e ao digital. Nessa alteração, Alexandre Zancani, 42 anos, ex-Banco Santander, assume a posição de diretor executivo do DGV. Já Fernando Butori, 46 anos, diretor responsável pela área de seguros, torna-se membro do comitê e passa a reportar diretamente para Marcio Schettini, diretor geral do Varejo. Segundo a Guide Investimentos, o cenário de competição na indústria financeira deve seguir aquecido, com uma briga intensa não só por clientes, mas pelos executivos da área. “A saída de Marcelo Kopel, diretor executivo de cartões e financiamentos do Itaú, demonstra a força de entrantes como o Nubank nesse cenário, mas não podemos descartar as movimentações que os grandes bancos têm realizado para se adaptar nesse novo panorama de mercado”, diz a gestora, em relatório.

 

Alimentos

China impulsiona frigoríficos

As ações de frigoríficos – JBS, Minerva, BRF e Marfrig – subiram no início da última semana. O Departamento de Alfândegas da China (GACC) informa que as importações chinesas de carnes e miúdos cresceram 68,5% em outubro versus outubro de 2018. Na comparação anual, as importações de carne suína subiram 113,9%, seguidas pela bovina (+ 63,2%) e as de frango e miúdos congelados (+64%). Segundo a XP Investimentos, o governo chinês avalia reduzir tarifas de importação de carne bovina. Hoje, países da América do Sul têm uma tarifa de 24% para embarcar carne bovina para o país, enquanto a Nova Zelândia, por exemplo, tem taxa zero.

 

Touro x Urso

Trump voltou a declarar que as conversas com a China estão indo bem. O Federal Reserve (Fed) também falou sobre uso de medidas macroprudenciais como colchão contracíclico como vitais para a economia. O economista-chefe do Modalmais, Alvaro Bandeira, também observou que o Banco Central da Austrália indicou que o uso do Quantitative Easing (QE) pode ser necessário, mas não está na agenda de discussão.

 

Ações

CVC faz recompra

A companhia de turismo CVC aprovou na segunda-feira 25 programa de recompra de até 7,3 milhões de ações ordinárias. O montante é 5% do total. “O objetivo do programa de recompra é incrementar a geração de valor para seus acionistas”, diz o comunicado. Segundo a casa de análise Levante, com a recompra, a empresa passa a mensagem de acreditar que as ações estão baratas, ao investir o caixa da empresa para tal finalidade, gerando valor para os seus acionistas.

 

Destaque no pregão

Greve impacta Petrobras

A greve dos sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) teve início na madrugada de terça-feira 26 com atrasos e cortes na rendição dos turnos em diversas unidades da Petrobras. As ações ocorreram mesmo com a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de proibir a greve por meio de liminar. As paralisações pela FUP são uma resposta contra as demissões de funcionários e venda de ativos da Petrobras. A entidade acrescentou que a greve prosseguirá, mas informou que “não comprometerá as necessidades essenciais da população, pois não afeta o abastecimento de combustíveis”. Na decisão do TST, o ministro Ives Gandra Martins Filho justificou que a legislação considera abusiva greve celebrada após a celebração de um acordo coletivo de trabalho, a não ser em caso de descumprimento pela empresa, o que não é o caso na visão do magistrado. Além disso, foi fixada multa diária de R$ 2 milhões por entidade sindical em caso de descumprimento da determinação.

Palavra do analista:
“Não vemos um impacto material sobre nossas estimativas a paralisação parcial nos próximos dias, e mantemos nossa recomendação de Compra nas ações da Petrobras, com preços-alvo de R$ 36 e R$ 35 para PETR4 e PETR3, respectivamente”, afirma a equipe de análise da XP Investimentos, em relatório.

 

Energia

União prevê venda da Eletrobras

O Governo Federal pretende arrecadar R$ 16,2 bilhões com a privatização da Eletrobras, número previsto na proposta orçamentária para 2020. Na avaliação da casa de análise Levante, o que pode atrapalhar esse plano são os passivos (esqueletos) que a companhia carrega, como o pagamento dos empréstimos compulsórios sobre consumo de energia. Tais empréstimos eram descontados da conta de grandes consumidores no passado e serviram para que a empresa expandisse sua atuação.

 

 

Mercado em números

URBE.ME
18,7% ao ano – Foi o maior retorno sobre investimento pago a cotistas de crowdfunding imobiliário concluídas no país. As três liquidações recém-realizadas pela Urbe.me proporcionaram rentabilidade superior a 1% líquido ao mês, dentro das projeções iniciais da empresa. O número de investidores ativos na plataforma saltou de 3.000 no fim de 2018 para 4.921.

UP CONSÓRCIOS
R$ 360 milhões – É o volume transacionado em cotas de consórcio que a fintech UP Consórcios pretende chegar ao final de 2019. A empresa é a única no mercado a trabalhar com taxa zero até a contemplação e isenção total de juros, taxa de adesão e fundo reserva, além de oferecer a recompra garantida para o consorciado contemplado.

SMARTQUANT
67,45% – É o quanto rendeu o fundo de investimento multimercado com estratégia quantitativa Smartquant nos últimos 36 meses, ou 236,26% da taxa de depósito interfinanceiro (DI), alcançando a liderança entre os fundos quantitativos do mercado.

SALARYFITS e ZETRA
4 milhões – É o número de beneficiados pela solução de pagamento com desconto direto no salário da fintech brasileira Zetra e sua s pin off SalaryFits. Além do Brasil, a Zetra atua em países como Espanha, Índia, Itália, México, Portugal e Reino Unido.

 

Número da semana

49,7%

Foi a taxa média anual de juros cobrada das famílias em operações de crédito livre em outubro de 2019, queda de 1,6 ponto percentual em comparação com o mês de setembro, destacando-se a redução em crédito pessoal não consignado (-13,8 pontos percentuais), segundo boletim de estatísticas monetárias e de crédito divulgado pelo Banco Central (BC) na última quarta-feira 28. A taxa média de juros das operações contratadas em outubro atingiu 23,9% ao ano, com diminuição de 0,6 ponto percentual tanto no mês quanto em doze meses. O spread geral das taxas de juros das concessões situou-se em 19,2 pontos percentuais, com declínio de 0,2 ponto percentual no mês. No crédito livre, a taxa média de juros das contratações alcançou 35,9% ao ano, o que representou reduções de 1 ponto percentual no mês e de 2,1 pontos percentuais na comparação interanual. Excluindo-se as operações rotativas, a taxa de juros do crédito livre situou-se em 26% ao ano, também com reduções nos períodos comparativos de 1,2 ponto percentual no mês e 3,6 pontos percentuais na comparação interanual.

 

 

Entenda o risco

Tragédia de Brumadinho ainda impacta Vale On?

Questão ambiental sempre estará no radar

Depois do rompimento da barragem de Mariana (MG) em 5 de novembro de 2015 e da tragédia seguinte de Brumadinho (MG) em 25 de janeiro de 2019, muitos investidores dos papéis da mineradora Vale perceberam que o risco ambiental é presente no dia a dia da companhia e que não é possível ignorar essa questão. Passado mais de 10 meses do último ocorrido, os custos futuros ainda são tratados por especialistas do mercado. Para Luis Sales, analista da Guide Investimentos, além do problema ambiental, o investidor precisa estar ciente dos riscos jurídicos, ou seja, dos valores que a mineradora irá desembolsar para pagar indenizações.

Paralelamente, Sales aponta que mesmo com o risco de desaceleração da economia chinesa, principal compradora do minério de ferro da Vale, o cenário é favorável para os resultados da empresa. “O preço está em torno de US$ 90 por tonelada, antes do caso de Brumadinho estava em US$ 70”, diz. Na visão de Rafael Antunes, sócio da Inove Investimentos, a guerra comercial entre China e Estados Unidos também pode afetar o papel. “Depois do provisionamento de multas ambientais e de indenizações do caso Brumadinho, a expectativa é de pagamento de bons dividendos em 2020 e 2021”, afirma. Antunes ainda considera que os principais riscos para a valorização das ações da Vale são: a desaceleração da China; a guerra comercial liderada por Trump; a volatilidade dos preços do minério e do dólar; e os protestos políticos na América Latina, que podem afastar investidores dos emergentes.