A Itapemirim, uma das grandes companhias de transporte rodoviário no Brasil, está entrando no mercado da aviação comercial e trabalha com a possibilidade de assinar o contrato de leasing dos primeiros aviões ainda em julho. A ideia é iniciar os voos no primeiro trimestre de 2021, atingindo um público de perfil executivo e órfão da extinta Varig.

Em fevereiro, durante viagem aos Emirados Árabes com o governador de São Paulo, João Doria, o presidente da Itapemirim, Sidnei Piva, anunciou aporte de US$ 500 milhões em um fundo soberano daquele país. Uma parte desse valor seria usada na criação da companhia aérea, mas o coronavírus freou o planejamento.

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Em entrevista ao UOL, o CEO do grupo, Rodrigo Vilaça, e o CEO da Itapemirim Linhas Aéreas, Tiago Senna, indicaram que a intenção do grupo é iniciar as operações no início do ano que vem com dez aviões comerciais. O plano é iniciar com aeronaves médias, que suportem entre 100 e 140 passageiros e, se tudo der certo, ampliar a frota em três anos passando para aeronaves Airbus.

O objetivo é atingir um mercado órfão da extinta Varig, segundo Senna, oferecendo atendimento premium, com serviço de bordo diferenciado e classe executiva nos voos domésticos. As bebidas alcoólicas estão inclusas neste planejamento.

Com uma divisão entre classe econômica e executiva, o grupo espera preencher os assentos com clientes do mundo corporativo e sem entrar na guerra das tarifas promocionais. Seguir este caminho, avaliam os empresários, é estrangular o negócio.

A empresa quer contratar 600 funcionários nos próximos meses, sendo 160 pilotos e 320 comissários de bordo que atuarão nas dez aeronaves iniciais e a seleção deve começar já neste mês. Os testes iniciais serão feitos online.