O italiano Diego Bianco, de 46 anos, tornou-se uma das vítimas mais jovens do coronavírus no País. Ele trabalhava como operador em um serviço de ambulâncias na Itália. Conforme relatou o jornal local Corriere Della Sera, ele passou as últimas semanas “em turnos estressantes” no telefone em uma central de Bérgamo para lidar com a onda da covid-19 que já matou mais de duas mil pessoas no País.

De acordo com o jornal, ele começou a vida trabalhando como motorista de ambulância em uma casa de repouso com o pai. Depois, desempenhou o papel de socorrista a bordo de ambulâncias nos hospitais de Seriate e Treviglio. Quando foi organizado o serviço regional de emergência, Bianco foi uma das primeiras pessoas a ser contratada, em 2011. “Ele sempre foi muito calmo, mesmo em emergências”, lembra Oliviero Valoti, chefe do serviço à época.

Diego não foi o único a ser atingido pela doença no ambiente de trabalho. Quando ele começou a ter febre alta, de 39 graus, em 7 de março, dezenas de colegas já tinham sido infectados. No mesmo dia em que apresentou os sintomas, outros oito operadores, seis enfermeiras e quatro médicos foram enviados para casa em isolamento. Os demais foram transferidos para Milão e o local onde Bianco trabalhava foi totalmente higienizado.

Ele faleceu na manhã de 13 de março na casa onde morava com a esposa e o filho de oito anos. Segundo os colegas relataram ao Corriere Della Sera, Bianco acreditava que iria se recuperar. Ele mantinha o otimismo, mas tinha medo de deixar sua família. Diego Bianco morreu antes de receber o teste que confirmou a infecção por coronavírus.

Rotina exaustiva

Raniero Frizzini, diretor do centro operacional de ambulâncias de Bérgamo, onde Diego trabalhava, contou ao Corriere que todos os dias são classificados até 1.300 pedidos de ajuda. Para dar conta do trabalho, parte das chamadas são enviadas a outras províncias conectadas. Na região de Bérgamo, as 70 ambulâncias já não davam conta da demanda e outras 40 foram enviadas.