Por Giulio Piovaccari e Giuseppe Fonte

ROMA (Reuters) – O governo de Mario Draghi e a Intel escolheram a cidade de Vigasio, na região nordeste de Veneto, como local preferido para uma nova fábrica de chips na Itália, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto.

O investimento da Intel na Itália faz parte de um plano mais amplo da fabricante de chips dos EUA de investir até 80 bilhões de euros na próxima década para ampliar capacidade na Europa.

Com investimento inicial de cerca de 4,5 bilhões de euros, a Intel disse que a fábrica italiana criará 1.500 empregos, além de 3.500 empregos adicionais entre fornecedores e parceiros, com operações iniciadas entre 2025 e 2027. A unidade será para montar e embalar semicondutores usando novas tecnologias.

As fontes disseram que as partes detalharam um acordo abrangente no início de setembro, mas nenhum anúncio público seria feito antes do resultado das eleições deste domingo.

Um porta-voz da Intel não comentou. O escritório de Draghi também se recusou a comentar.

Localizado perto de Verona, na estratégica rodovia e ferrovia do Brenner, Vigasio é a opção preferida de uma lista de dois locais que também inclui um na região noroeste do Piemonte.

Entre outras razões, o local está bem conectado com a Alemanha e em particular com a cidade de Magdeburg, onde a Intel construirá duas fábricas, acrescentou uma das fontes.

A Intel e o governo também consideraram inicialmente sites nas regiões da Lombardia, Apúlia e Sicília.

Os assessores próximos de Draghi pretendem entrar em negociações nos bastidores com seus prováveis ​​sucessores para evitar qualquer risco de que o acordo possa ser contestado pelo novo governo da Itália, disseram as pessoas, acrescentando que a escolha do local é politicamente altamente sensível.

Pesquisas de opinião apontam que o grupo nacionalista Irmãos da Itália, de Giorgia Meloni, será o partido líder e governará junto com seus aliados, a Liga, liderada por Matteo Salvini, e o Forza Italia, de Silvio Berlusconi.

Para ampliar a fabricação doméstica de chips, Roma também negocia com a franco-italiana STMicroelectronics, os fabricantes de chips de Taiwan MEMC Electronic e TSMC e a israelense Tower Semiconductor, que a Intel comprou neste ano.