Por Dan Williams e Ali Sawafta

JERUSALEM/RAMALLAH, Cisjordânia (Reuters) – Israel afirmou neste domingo que irá realizar testes com a bala que matou uma jornalista palestino-americana de forma a determinar se um de seus soldados atirou na profissional, e garantiu que um observador dos Estados Unidos estará presente.

Os palestinos, que entregaram no sábado a bala a um coordenador de segurança dos EUA, disseram que receberam a garantia de que Israel não participaria da balística.

Washington ainda não comentou o fato. Os Estados Unidos estão em feriado prolongado para celebrar o dia 4 de Julho.

A morte da repórter da Al Jazeera Shireen Abu Akleh, em 11 de maio, durante um ataque israelense na Cisjordânia ocupada, e as disputas entre os lados sobre o fato vem ofuscando uma visita do presidente dos EUA, Joe Biden, prevista para este mês.

Os palestinos argumentam que os militares israelenses mataram deliberadamente Abu Akleh. Israel nega a alegação, dizendo que ela pode ter sido atingida por disparos equivocados do exército ou por uma bala de um dos homens armados palestinos que estavam em confronto no local.

“O teste (balístico) não será norte-americano. O teste será israelense, com presença norte-americana por toda parte”, disse o porta-voz militar israelense, brigadeiro-general Ran Kochav.

“Nos próximos dias ou horas ficará claro se fomos nós que a matamos acidentalmente ou se foram os homens armados palestinos”, disse ele à Rádio do Exército. “Se a matamos, assumiremos a responsabilidade e lamentaremos o que aconteceu.”

Akram al-Khatib, promotor geral da Autoridade Palestina, disse que o teste acontecerá na embaixada dos EUA em Jerusalém.

“Recebemos garantias do coordenador norte-americano de que o exame será realizado por eles e de que o lado israelense não participará”, disse Al-Khatib à rádio Voz da Palestina, acrescentando esperar que a bala seja devolvida neste domingo.

Um porta-voz da embaixada dos EUA disse: “Não temos nada novo neste momento.”

(Reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi)