Ficar em jejum não é fácil. E quanto mais você pensa no que gostaria de comer maior é a fome e desejo por se alimentar. Um novo estudo afirma que essa reação é semelhante à resposta gerada pelo o nosso cérebro quando ficamos em isolamento social por algum tempo.

A pesquisa surge no momento da pandemia do coronavírus, que impediu as pessoas de se encontrarem com seus amigos e familiares e deixou esse sentimento ainda mais forte. No entanto, o estudo já estava sendo conduzido desde 2018.

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O artigo, intitulado “O isolamento social agudo evoca respostas de desejo do mesencéfalo semelhantes à fome”, foi publicado na revista Nature Neuroscience e feito por especialistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Segundo a publicação, a ausência de interação social positiva pode criar um desejo que motiva o comportamento para reparar no que está faltando. Essa resposta é semelhante aos desejos de fome que sentimos depois de nos afastarmos de nossas refeições favoritas por alguns períodos.

Rebecca Saxe, a autora sênior do estudo, explica que a pesquisa mostra que “as interações sociais positivas são uma necessidade humana básica”. Além disso, ela chama a solidão aguda como “um estado aversivo que motiva as pessoas a reparar no que falta”.

Também foi revelado que a resposta de um indivíduo ao isolamento depende muito de seus níveis normais de solidão. Pois as pessoas que permaneceram isoladas por períodos mais longos mostraram desejos mais fracos de interação social em comparação com aqueles que desfrutam de uma vida social mais agitada.

Para a segunda fase do estudo, os pesquisadores esperam identificar como o isolamento afeta o comportamento de alguém e quais são seus efeitos entre as diferentes faixas etárias.