Dois irmãos, de 18 e 20 anos, são acusados de terem operado um dos maiores golpes da história com criptomoedas. Ameer e Raees Cajee teriam sumido com quase R$ 18 bilhões em Africrypt, plataforma criada por ambos na África do Sul.

As acusações são do escritório de advocacia Hanekom Attorneys, que representa o grupo de investidores lesados na operação. Eles deixaram de conseguir acessar suas contas no mesmo período em que o bitcoin atingiu sua máxima histórica, em abril deste ano: US$ 63,225 a unidade. As perdas totais chegariam a 69 mil bitcoins, o que corresponde a US$ 4 bilhões.

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O advogado dos irmãos nega qualquer ilegalidade. A empresa informou aos clientes que suspendeu as operações devido a um ataque cibernético. Ameer Cajee aconselhou, segundo a BBC, os clientes a não procurarem a polícia pois isso atrapalharia a recuperação dos fundos.

Depois do comunicado, emitido em 13 de abril, os irmãos teriam desaparecido por alguns dias. Eles sustentam que não procuraram autoridades locais para denunciar o furto digital pois teriam recebido ameaças de morte.

Apesar da investigação, o rastro das criptomoedas foi perdido: as informações desapareceram na dark web e em criptografia utilizada na operação, dizem os advogados da acusação, que ressaltam que essas características seriam mais um indício de fraude do que, eventualmente, um ataque hacker.

Em nota, a Autoridade do Setor Financeiro da África do Sul afirmou que, como os ativos criptografados não são regulamentados no país, não possui jurisdição sobre esse tipo de denúncia. O órgão acusa a Africrypt de ser um esquema de investimento ilegal conhecido como pirâmide (Ponzi).