Renato Bolsonaro, irmão do presidente Jair Bolsonaro, atuou para liberar recursos para Miracatu, município localizado a 137 quilômetros da capital de São Paulo. A confirmação foi feita pelo ministro da Cidadania, João Roma, conforme reportagem publicada pelo O Globo.

Renato é chefe de gabinete da prefeitura local, que foi beneficiada com o empenho de R$ 35 milhões em verbas da União no fim do ano passado, sendo que R$ 9,5 milhões saíram da pasta comandada por João Roma.

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Segundo O Globo, o ministro disse que “ele é irmão do presidente, circulou (nas outras pastas) e, talvez até pelo jeito dele, suave, todo mundo tem vontade de ajudar o cara. Dá vontade de ajudar. Mas (ele) não é aquela pessoa que fica vendendo prestígio. Não é dessas criaturas que a gente vê em Brasília a vida toda”.

Renato procurou Roma para pedir ajuda para resolver um imbróglio envolvendo uma quadra. Afirmando que tinha dotação orçamentária, o ministro conta à reportagem que na semana seguinte já tinha resolvido o problema e que recebeu um telefonema do irmão do presidente agradecendo.

Quando questionado sobre o conflito de interesse em “ajudar” o irmão do presidente, já que a prefeitos do país não tem sequer acesso a ministros de estado, João Roma disse que não via problemas.

“Sinceramente, não vejo não. Ele é irmão do presidente, mas ele tem legitimidade, trabalha lá no município. A função dele é essa mesmo. Se ele tivesse um escritório de lobby, aí havia um grande conflito de interesse. O ruim são as coisas nebulosas, as coisas escondidas. O cara não é uma eminência parda”, disse.