Definir o Google como um buscador já não é suficiente para explicar suas áreas de atuação. Principal subsidiária do grupo Alphabet, o site hoje em grande diversificação de negócios e no início de 2019 deu um passo a mais para entrar de vez no mundo financeiro.

No início do ano, o Banco da Irlanda deu ao Google a permissão para atuar como uma empresa de pagamento por toda a Europa. Com a autorização, a empresa poderá realizar transferências, emitir e gerir cartões de crédito, enviar faturas a domicílio, realizar cambio de moedas e armazenar e tratar dados bancários. A única restrição da empresa é a de captar e armazenar dinheiro, e não se sabe se o Google pretende dar esse passo, uma vez que teria que apresentar os requisitos de trabalhar como um banco.

Em contrapartida, os bancos reclamam das novas atuações financeiras de gigantes da tecnologia, como Google, Amazon e Apple, que segundo eles, não atendem os requisitos regulatórios e de capital para atuar neste setor. Fora do discurso oficial, os bancos temem perder espaço para estar empresas, que tem em seus portfólios milhões de clientes.

Para conseguir entrar no setor de pagamentos, empresas de tecnologia usam da Diretiva de Serviços de Pagamentos da União Européia (PSD2), uma regulação que visa acabar com o monopólio dos bancos nos serviços de pagamentos, garantindo a terceiro a possibilidade de oferecer novos serviços e produtos. Com um valor de mercado de mercado perto da casa de US$ 1 bilhão, o movimento do Google pode deixar de ser apenas buscar termos na internet para buscar potenciais clientes de uma fintech que já nasceria gigante.