As forças armadas iranianas destruíram, nesta terça-feira, o modelo de um porta-aviões americano, durante exercícios nas águas do Golfo que os Estados Unidos chamaram de “irresponsáveis e perigosos”.

Os exercícios, chamados de “Profeta Maomé 14”, foram realizados perto do Estreito de Ormuz, uma passagem particularmente importante para os petroleiros.

Este é um comportamento “irresponsável e perigoso”, reagiu a porta-voz da Quinta Frota dos EUA, Rebecca Rebarich.

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Apesar disso, esses exercícios “não interromperam as operações de coalizão na região” e “não tiveram impacto sobre a livre circulação do comércio no Estreito de Ormuz e nas águas circundantes”, acrescentou.

As manobras iranianas ocorrem em um contexto de tensão entre Washington e Teerã após a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano em 2018 e o restabelecimento de sanções contra a República Islâmica.

Segundo imagens transmitidas pela televisão estatal, as forças aéreas e terrestres iranianas se prepararam para um ataque ao longo da costa, localizada no sudoeste do país.

Lanchas dispararam e lançaram foguetes contra o porta-aviões falso. Mais tarde, mísseis terra-mar o atacaram e destruíram.

– “Totalmente ofensivo” –

O modelo de um porta-aviões da classe Nimitz apareceu então com fileiras de caças falsos nos dois lados da pista de pouso.

A televisão estatal cortou a sequência para mostrar foguetes sendo lançados ao mar pela parte de trás dos caminhões, além de danos ao casco do porta-aviões falso.

Outro míssil lançado de um helicóptero deixou um rastro de fumaça antes de colidir contra a lateral do alvo.

Mais tarde, as forças armadas foram vistas descendo no convés do navio, cercado por lanchas rápidas.

“Equipamentos e armas desconhecidos foram usados, como mísseis de longo alcance capazes de atingir remotamente alvos flutuantes ofensivos”, disse o general Abas Niflorushan, citado pelo site Sepahnews dos Guardiões da Revolução.

Esses exercícios foram realizados menos de uma semana após o último episódio de tensões entre o Irã e os Estados Unidos, quando dois caças americanos se aproximaram de um avião comercial da empresa Mahan Air no momento em que sobrevoava a Síria.

Alguns passageiros ficaram feridos, depois que o piloto teve que reduzir rapidamente a altitude para evitar uma colisão.

No ano passado, os dois países pareciam estar à beira do conflito: em junho de 2019, depois que o Irã destruiu um avião dos EUA no Golfo, e em janeiro, quando Washington matou Qassem Soleimani, o poderoso general dos Guardiões do Revolução, em um ataque de drone perto do aeroporto de Bagdá no Iraque.