O Irã pediu nesta segunda-feira (25) uma reunião “o quanto antes” para restabelecer o acordo sobre seu programa nuclear, assinado em 2015 entre Teerã e as potências ocidentais, e cujas negociações foram interrompidas em 11 de março.

“É adequado ter um encontro presencial o quanto antes”, declarou durante sua coletiva de imprensa semanal o porta-voz do ministério iraniano de Relações Exteriores, Said Khatibzadeh.

“Ainda não foi decidido onde acontecerá a reunião, nem em qual nível, mas está na ordem do dia”, explicou Khatibzadeh.

O Irã negocia há um ano na capital austríaca com China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha para retomar o acordo internacional de 2015, cujo objetivo era que a República Islâmica não se dotasse com a bomba atômica em troca da suspensão das sanções contra sua economia.

No entanto, desde 2018, depois que Washington se retirou unilateralmente do acordo durante o governo de Donald Trump, Teerã começou a se distanciar de seus compromissos.

As negociações estão paralisadas desde 11 de março, pela exigência da Rússia de garantia de que as sanções contra Moscou após a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro não afetariam seu comércio com o Irã. Dias depois, o Kremlin declarou que conseguiu uma resposta positiva ao seu pedido.

Para chegar a um acordo em Viena, os iranianos exigem que Washington retire de sua lista de “organizações terroristas” a Força Quds dos Guardiões da Revolução, exército de elite de Irã. Esta sanção, decidida pelos Estados Unidos após sua retirada do acordo nuclear em 2018, não tem relação oficial com o acordo.

“O que está em jogo entre Irã e Estados Unidos vai além de um ou dois elementos”, destacou Khatibzadeh, culpando Washington sobre o atual bloqueio.

“Está claro que se os Estados Unidos tivessem dado as boas respostas às questões que permanecem pendentes, todos já estariam em Viena”, acrescentou.

Na semana passada, o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price, declarou que “se o Irã quiser o levantamento das sanções além do previsto pelo JCPOA, deve responder a nossas preocupações além do JCPOA”, as siglas em inglês do Plano de Ação Integral Conjunto sobre o programa nuclear.