Grã-Bretanha, França e Alemanha acusaram o Irã de estar desenvolvendo mísseis balísticos com capacidade nuclear – de acordo com uma carta enviada ao secretário-geral da ONU, António Guterres.

As ações do Irã são “incompatíveis” com a resolução da ONU que formalizou o acordo nuclear com Teerã de 2015, advertiram os embaixadores destas potências europeias na carta.

Esta carta é “uma mentira desesperada para dissimular sua miserável incompetência no cumprimento do mínimo estrito de suas próprias obrigações”, reagiu no Twitter Mohammad Javad Zarif, ministro iraniano das Relações Exteriores.

Se os três países quiserem ter “um mínimo de credibilidade mundial, podem começar por exercer sua soberania ao invés de dobrar-se às pressões americanas”, denuncia.

A resolução da ONU, lembram as três potências europeias, prevê que “o Irã está obrigado a não ter nenhuma atividade relacionada com mísseis balísticos, concebidos para carregar armas nucleares, inclusive disparos que recorrerem à tecnologia de mísseis balísticos”.

Por esta razão, “consideram com preocupação” que o Irã teria violado esta resolução.

Apoiam-se especialmente em imagens divulgadas nas redes sociais em 22 de abril de 2019, que mostram o teste de uma nova versão de míssil balístico de médio alcance Shahab-3, segundo eles capaz de transportar uma arma nuclear.

Os Estados Unidos, que se retiraram em 2018 do acordo sobre a questão nuclear iraniana, acusam o Irã de tentar desenvolver mísseis com capacidade nuclear, o que os iranianos negam.

Grã-Bretanha, Alemanha e França citam outras provas de desenvolvimento destes mísseis balísticos, como o lançamento em 2 de agosto de 2019 pelos rebeldes huthis no Iêmen, apoiados pelo Irã, do Borkan-3, “míssil balístico de propulsão líquida, com um alcance de 1.300 quilômetros”.

As três potências também mencionam o lançamento, em 24 de julho de 2019, de um míssil balístico que tinha percorrido mais de mil quilômetros e que poderia ser “um míssil Shahab-3 de médio alcance”.

“o Irã continua com sua proliferação da tecnologia de mísseis balísticos na região”, em violação à resolução do Conselho de Segurança, indicam os três países.