O Irã indicou, neste sábado, que atualmente está enriquecendo urânio a 5%, poucos dias depois de ter retomado este processo em uma usina subterrânea em Fordo.

O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa do porta-voz da Organização Iraniana de Energia Atômica, Behruz Kamalvandi.

Em virtude de um acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015, o Irã não tinha direito a realizar atividades de enriquecimento em Fordo, uma usina subterrânea que, durante muito tempo, foi mantida em segredo.

O texto limita o enriquecimento de urânio com isótopos 235 a um máximo de 3,67%.

Teerã retomou na quinta-feira suas atividades de enriquecimento em Fordo e indicou que suas centrifugadoras aumentariam progressivamente sua potência.

“Dadas as nossas necessidades (…), atualmente produzimos 5%”, declarou Behruz Kamalvandi em uma coletiva de imprensa. Também disse que o Irã tem a “capacidade de produzir a 5%, 20%, 60% ou qualquer outra porcentagem”.

A taxa de 5% é inferior à de 20% de enriquecimento que o Irã chegou a produzir e está longe da de 90% necessária para a fabricação de uma bomba atômica.

O anúncio iraniano da retomada das atividades em Fordo gerou preocupação da França, Reino Unido e Alemanha, signatários do Acordo de Viena, que pediram a Teerã que reconsidere sua decisão.

A retomada do enriquecimento em Fordo é a quarta fase do plano de redução dos compromissos iranianos lançado em maio, em resposta ao restabelecimento das sanções dos Estados Unidos, que em 2018 se retirou unilateralmente do acordo internacional.

Em virtude deste pacto, Teerã se comprometia a não desenvolver armas nucleares e havia aceitado reduzir drasticamente suas atividades nucleares em troca da suspensão de parte das sanções econômicas que asfixiam sua economia.

No entanto, a retirada de Washington do acordo, somada ao restabelecimento das sanções americanas, mudou a situação.

Desde então, o Irã tenta pressionar os países que seguem no acordo para que o ajudem a evitar as sanções.