O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mede a inflação na cidade de São Paulo, deve desacelerar de 0,29% em janeiro para 0,20% em fevereiro, conforme projeção do economista da instituição, Moacir Yabiku. Em dezembro, o índice havia subido 0,94%.

A descompressão esperada neste mês deve vir dos grupos de Alimentação, Transportes e Educação, diz Yabiku.

No caso de Alimentação, que deve passar de 0,60% em janeiro para 0,27% em fevereiro, o economista cita a continuidade da dissipação do choque de proteínas. As carnes bovinas, por exemplo, devem manter o ritmo de queda do fim de janeiro, de 6,0% ante 4,88% na terceira quadrissemana. A ponta mostra recuo de 4,86%.

“Em 12 meses, as carnes acumulam alta de 23,82%. Ainda há espaço para devolver mais o aumento do fim de 2019. Ainda temos de ver o efeito que o coronavírus terá sobre as exportações chinesas, porque se reduzir a demanda da China, os preços aqui tendem a cair com o aumento da oferta interna.”

Yabiku ainda completa que, à exceção de tomate, os alimentos in natura devem contribuir para reduzir o ritmo de alta do IPC em fevereiro.

Em Educação, o alívio já está contratado, uma vez que vai sair da conta o reajuste de mensalidades escolares, captado pela Fipe em janeiro. Os cursos regulares subiram 3,60% no primeiro deste ano, a menor variação desde 2018 (3,52%). Por isso, Educação deve desacelerar de 3,07% para 0,08%.

Da mesma forma, em Transportes, o aumento de 2,23% ônibus deve ir perdendo força ao longo deste mês, já que reflete o reajuste da tarifa de R$ 4,30 para R$ 4,40 que começou a valer em 1º de janeiro. Por outro lado, Yabiku avalia que as taxas de combustíveis devem se sustentar em fevereiro.

A gasolina fechou janeiro com alta de 1,63% (de 1,72% na terceira quadrissemana), mas a ponta mostra aumento de 2,24%. Já o etanol passou de 4,22% para 3,52% entre a terceira leitura e última de janeiro, e a ponta tem avanço de 2,61%.

Apesar da variação mais alta de etanol, a relação dos preços dos dois combustíveis segue favorável ao biocombustível, em 69,44%, como ocorre desde abril de 2018, considerando o fechamento do mês.

Yabiku destaca ainda que o item viagem (-6,82% para -8,87%) deve cair mais em fevereiro, conforme a ponta de -10,65%.