O procurador especial Robert Mueller investiga se o genro do presidente Donald Trump buscou investidores estrangeiros além da Rússia para financiar suas empresas durante a transição presidencial, noticiou nesta segunda-feira (19) a CNN.

A equipe de Mueller está analisando conversas mantidas por Kushner após a vitória do candidato republicano nas eleições de novembro de 2016 para vender um edifício de escritórios no número 666 da Quinta Avenida, em Manhattan, perto da Torre Trump, destacou a CNN, citando fontes próximas à investigação.

A investigação estava inicialmente concentrada nos contatos do genro de Trump com investidores russos, mas agora se estendeu a outros países, como a China.

A CNN noticiou que os investigadores de Mueller ainda tem que contatar empresas de Kushner e solicitar entrevistas com seus executivos.

Kushner desempenhou um papel fundamental na transição presidencial, ao manter contatos com 50 representantes de mais de 15 países.

Uma semana depois da vitória de Trump nas eleições de 8 de novembro de 2016, ele se reuniu com o diretor e altos executivos do grupo chinês Anbang Insurance para negociar a venda do edifício, mas o negócio não prosperou, destacou o jornal The New York Times.

Ele também manteve negociações, igualmente frustradas, com o ex-premiê do Catar Hamad bin Jassim Al Thani, segundo o site The Intercept.

Kushner comprou o prédio em 2007 por 1,8 bilhão de dólares, mas a crise imobiliária no ano seguinte afetou duramente o negócio.

“O senhor Kushner manifestou a vontade de cooperar em todas as perguntas que lhe fizerem (…) Tampouco haveria nenhuma razão para questionar estas transações regulares”, disse à CNN seu advogado, Abbe Lowell.

Kushner reuniu-se também com Sergei Gorkov, diretor do banco estatal russo Vnesheconombank durante a transição presidencial, mas testemunhou perante o Congresso que o fez com fins unicamente relacionados com assuntos do futuro governo americano.

O banco informou, no entanto, que esta reunião foi parte de uma série de contatos comerciais da instituição e o jornal The Washington Post reportou que o procurador Mueller está investigando o caso.