A China tem 380 “centros de detenção suspeitos” em Xinjiang (noroeste), uma rede que cresceu com o fortalecimento da política de segurança – de acordo com pesquisa publicada pelo instituto australiano Aspi, nesta quinta-feira (24).

Nesta vasta região semidesértica, há muito atingida por ataques atribuídos a membros do grupo étnico uigur muçulmano, as autoridades chinesas estão reforçando seu controle em nome da luta contra o terrorismo.

Mais de um milhão de pessoas, principalmente muçulmanos, foram internados em “campos”, segundo organizações de direitos humanos.

A China diz que eles são “centros de treinamento vocacional” destinados a ajudar as pessoas a encontrarem trabalho e, assim, mantê-las longe do extremismo religioso.

Em sua investigação, o Instituto de Política Estratégica (Aspi), com sede em Camberra, criado pelo governo australiano, afirma ter identificado, por meio de imagens de satélite, depoimentos, artigos de imprensa e licitações públicas na indústria da construção, “mais de 380 alegados locais de detenção” em Xinjiang.

Os pesquisadores consideram esses estabelecimentos, que teriam funções e tamanhos muito diversos, como “campos de reeducação”, “centros de detenção”, ou “prisões”.

O número representa um aumento de cerca de 40% em relação às estimativas anteriores e “pelo menos 61 centros de detenção foram objeto de novas construções e ampliações entre julho de 2019 e julho de 2020”, de acordo com o estudo.