SÃO PAULO (Reuters) – Investidores institucionais reduziram suas projeções para a inflação ao consumidor brasileiro neste ano, mas elevaram os prognósticos de 2023 e 2024, mostrou uma pesquisa da XP divulgada nesta terça-feira.

A mediana de alta do IPCA para 2022 caiu para 7,92%, mostrou a sondagem realizada entre os dias 24 e 27 de junho, contra avanço de 9,12% previsto na última pesquisa da instituição financeira, concluída no último dia 6.

Para 2023 e 2024, no entanto, as estimativas de inflação de investidores consultados pela XP avançaram a 5,11% e 3,50%, respectivamente, ante taxas de 4,75% e 3,38% na pesquisa anterior.

Essas projeções se comparam a expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus em torno de 8,5%, 4,7% e 3,25% para 2022, 2023 e 2024, respectivamente, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central na última reunião do Comitê de Política Monetária, em meados deste mês.

Vários especialistas têm apontado para a perspectiva crescente de alívio inflacionário neste ano devido a medidas do governo para reduzir a tributação sobre combustíveis. Mas, por ter possível impacto negativo nas contas públicas num contexto de fragilidade fiscal, esse tipo de ação pode vir a ter o efeito oposto e pressionar os preços ao consumidor num prazo mais longo.

A mediana das respostas de investidores institucionais consultados pela XP mostra Selic a 13,75% no final de 2022, manutenção em relação à pesquisa anterior. Para o ano que vem, no entanto, o prognóstico para a taxa de juros subiu a 10,50%, de 9,75% antes.

Para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, a projeção mediana apontada na pesquisa da XP é de crescimento de 1,60% em 2022, melhora em relação à taxa de 1,50% estimada na última sondagem. A previsão de investidores para o ano seguinte foi mantida em expansão econômica de 0,50%.

Já a expectativa mediana dos consultados para a taxa de câmbio é de 5,00 por dólar ao final de 2022, sem alteração em relação à pesquisa anterior, e também de 5,00 por dólar ao final de 2023, leve melhora ante a taxa de 5,03 estimada previamente.

(Por Luana Maria Benedito)

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