Os juros futuros fecharam em queda firme a sessão desta sexta-feira, 24, refletindo o aumento do otimismo do mercado em relação ao ciclo de distensão da política monetária, após encontro de investidores com o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana de Carvalho, hoje no Rio. O viés de baixa já aparecia na curva desde a parte da manhã, a partir do recuo do dólar e dos rendimento dos Treasuries, em meio à expectativa de votação da reforma do sistema de saúde nos Estados Unidos. No período da tarde, foi divulgada a informação de que a votação foi adiada para data ainda não informada, já que a Câmara entrou em recesso inesperado.

Ao final da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2017 (417.300 contratos) caiu de 11,12% no ajuste de quinta-feira para 11,07% e a do DI janeiro de 2018 (219.805 contratos), de 9,970%, para 9,900%. A taxa do DI janeiro de 2019 encerrou em 9,45%, de 9,56% no ajuste de quinta, com 396.230 contratos. O DI janeiro de 2021 (238.060 contratos) fechou na mínima de 9,87%, de 10,02%.

Na agenda publicada pelo BC, Viana se reuniria nesta sexta com representantes da Icatu Vanguarda, Kondor Invest, Fundo Itau, Vintage Investimentos, Banco BBM, Sul América Investimentos, JGPS Gestão de Recursos, Ibiúna Investimentos e IFP Fundo de Investimentos, na sede do BC no Rio. De acordo com os relatos, o diretor teria se mostrado tranquilo sobre o andamento da reforma da Previdência e confiante na aprovação do texto. A questão do juro real também teria sido assunto do encontro e o diretor teria sinalizado com a possibilidade de a taxa real cair abaixo da neutra, diante da forte abertura do hiato do produto.

Os participantes teriam saído com a percepção de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai, de fato, ampliar o ritmo de corte da Selic para 1 ponto porcentual nas próximas reuniões e que o ciclo de distensão monetária será firme.

No período da tarde, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, durante aula inaugural na Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio, disse que “o relevante é o juro real, que é o que afeta as decisões” e que esta taxa está entre 5,0% e 5,5%. A Selic está em 12,25% ao ano. Reiterou ainda que a reforma da Previdência é relevante para a taxa neutra.