Eles não oferecem endereços de e-mail gratuitos, não são grandes portais e não veiculam notícias de política ou de economia. Mesmo assim, estão entre os 50 sites mais acessados do Brasil, segundo o Alexa.com. A amostra é limitada porque o Alexa só consegue acompanhar os internautas que instalam seu programa. Mesmo assim, é o ranking mais democrático e mais amplo disponível. Os sites alternativos campeões de audiência fogem do esquema padrão de conteúdos na Internet e apostam em públicos específicos, em diversão e em idéias já consagradas no mundo real. ?Somos independentes e conquistamos audiência grande sem fazer muito marketing?, diz Rogerio Silberberg, CEO e fundador do Fulano.com. O site, que aparece na 19ª colocação de agosto, tem jogos on-line, testes com perguntas e respostas e muita interatividade. Na seção Opiniões, por exemplo, os visitantes fazem comentários e dão notas sobre filmes lançados em vídeo. Tudo meio na brincadeira. No Quiz, acumulam pontos após acertar perguntas específicas sobre esportes, televisão, música e cinema. Se o visitante acertar qual é a curiosidade sobre o filme Lawrence da Arábia (nenhuma mulher tem fala nos primeiros 216 minutos), ele acumula pontos. Se continuar certeiro nas outras questões, concorre a prêmios diários. ?Trabalhamos sempre com recompensas, o que atrai um público bastante fiel?, diz Marcello Hummel, diretor de marketing do Fulano.

Duas posições acima do Fulano está o Tanfofaz.net, totalmente direcionado para adolescentes. ?Os portais e sites por aí não refletem a realidade da rua. Usam uma linguagem distante da dos jovens?, diz Lúis Fernando Isava, diretor de marketing do site. Com o slogan ?psicodélia, música e sacanagem?, o site colou anúncios nos postes de São Paulo e pagou comerciais na televisão. E cumpre o que promete. No ar, os jovens narram livremente transas aventureiras na praia com desconhecidos e escrevem sobre o consumo de drogas. ?Temos ódio visceral contra a censura?, lê-se numa área do site. Outras armas para chamar a audiência são arquivos em MP3 e 160 fã-clubes, com letras de músicas, biografias e fotos. ?Oferecemos de tudo, de Sandy e Júnior até Planet Hemp, e temos um número razoável de músicas eletrônicas.?

Entre os alternativos há também os comportados. A Folha Dirigida, em 43º no ranking, é procurada por aqueles que sonham com a estabilidade de um emprego público. Versão eletrônica do jornal homônimo, que tem uma circulação de 180 mil exemplares por semana, o site publica editais de concursos públicos. Na íntegra. São vagas para delegado de polícia no Rio de Janeiro, auditor fiscal da Receita Federal e sargentos músicos da Marinha. Segundo os diretores, 3 milhões de page views são registrados por mês, sem qualquer publicidade. ?Nossa história de quinze anos como veículo impresso ajuda o site.?, diz Alessandra de Sá, gerente de webmarketing. A mesma regra vale para o grupo Catho, que ocupa a 28ª colocação. O braço virtual da empresa, que foi fundada em 1977, já responde por um terço da receita, toda ela arrecadada com mensalidades pagas por aqueles que inscrevem seu currículo na Internet. ?Temos 32 mil vagas de empregos?, orgulha-se Thomas Case, fundador do grupo. A publicidade é feita boca-a-boca e por meio dos 2 milhões de e-mails que o site envia para os cadastrados por mês.