São Paulo, 3 – A consultoria INTL FCStone apresentou nesta segunda-feira, 3, uma revisão sobre a previsão da produção de milho 2018/19. A primeira safra com o cereal está projetada em 27,27 milhões de toneladas, pequeno aumento de 180 mil t em comparação com a estimativa anterior da empresa, de novembro (27,09 milhões de t).

A produção maior no verão decorre de um aumento da produtividade estimada que, na média do Brasil, passou de 5,22 toneladas para 5,26 toneladas por hectare. “No Rio Grande do Sul, as condições das lavouras de milho estão muito positivas e a produtividade do Estado, que alterna com Minas Gerais no posto de maior produtor da safra de verão, foi elevada para 6,9 toneladas por hectare”, destaca em comunicado a analista de mercado da consultoria, Ana Luiza Lodi.

Já a primeira estimativa da FCStone para a safra de inverno de milho 2018/19 aponta produção de 64,93 milhões de toneladas, considerando um aumento de área frente a 2017/18 e uma normalização da produtividade, após a quebra expressiva do ciclo anterior. Esse nível de produção representa aumento de 20% no comparativo anual.

A área plantada é estimada em 11,6 milhões de hectares pela consultoria, um aumento de 2,7% em relação a 2017/18, em decorrência da expectativa de crescimento de área em Mato Grosso e Paraná, que deve ser favorecida pelo ciclo mais adiantado da soja.

A recuperação da produção deve contribuir para manter os estoques finais de milho em níveis elevados, em 14,4 milhões de toneladas, segundo a INTL FCStone, mesmo com exportações maiores. “As exportações podem se recuperar em meio a uma oferta mais elevada, voltando a superar 30 milhões de toneladas. O consumo interno também deve continuar com tendência positiva, já que o Brasil é um dos maiores produtores de carne do mundo”, disse Ana Luiza.

Considerando as duas safras de milho, o Brasil deve colher um total de 92,2 milhões de toneladas de milho em 2018/19.

Soja

A INTL FCStone, em sua revisão de dezembro, manteve a estimativa de produção de soja para a safra 2018/19 em 120,2 milhões de toneladas, nível que, se confirmado, vai configurar recorde histórico. Esse nível de produção é resultado de uma área em 35,9 milhões de hectares e uma produtividade de 3,35 toneladas por hectare, rendimento abaixo do recorde do ciclo passado.

“As perspectivas, no geral, se mantêm positivas, mas o regime de chuvas é um ponto de atenção. Têm sido registrados volumes muito grandes de precipitação em todo o País, com previsões de que dezembro também seja um mês bastante chuvoso. Apesar de não se falar em perdas de produtividade, essas chuvas trazem preocupação quanto ao aumento de proliferação de doenças, além de dificultar os tratos culturais. Ademais, com dias muito nublados, a taxa de irradiação solar diminui. Dessa forma, nas próximas semanas o clima deve ser acompanhado de perto, para se ter uma melhor definição do potencial produtivo da soja”, alerta o grupo, em relatório.

Para o balanço de oferta e demanda, mesmo com a expectativa de um novo recorde na safra 2018/19, espera-se que os estoques se mantenham muito baixos, em 690 mil toneladas, uma vez que as exportações devem continuar aquecidas. “Caso China e Estados Unidos entrem em algum tipo de acordo, a demanda pela soja brasileira poderia acabar ficando mais fraca, o que resultaria em um balanço um pouco menos restrito”, resume a analista Ana Luiza Lodi.