São Paulo, 2/6 – A consultoria INTL FCStone elevou a sua estimativa de produção de soja no Brasil em 2016/17 para 113,2 milhões de toneladas, ante 111,8 milhões de toneladas previstas em maio. Quanto ao milho, a consultoria elevou a previsão para a produção total do Brasil para 97,6 milhões de toneladas. Em maio, a perspectiva era de 96,15 milhões de toneladas.

A revisão na soja decorreu de elevações nas produtividades do Paraná, Rio Grande do Sul e da Bahia. “Após alguns anos consecutivos enfrentando problemas, a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) obteve um resultado muito favorável”, disse a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi. Segundo a consultoria, as boas condições climáticas também garantiram excelente desenvolvimento das lavouras no Rio Grande do Sul.

Para o milho, a projeção de produção em safrinha foi elevada de 64,13 milhões para 65,19 milhões de toneladas. Segundo a consultoria, o principal fator que justifica o aumento é a revisão para cima da produtividade esperada para Paraná e Goiás. A expectativa para a produtividade média do milho de inverno no Brasil é de 5,73 toneladas por hectare, segundo a FCStone.

“Além da maior parte do plantio ter sido realizada dentro da janela ideal, o clima foi muito benéfico ao desenvolvimento das plantas”, apontou Ana Luiza.

Quanto ao milho verão, a consultoria destacou que o rendimento dos Estados do Matopiba contribuiu para elevar a estimativa de produção do cereal em primeira safra para 32,44 milhões de toneladas. Em maio, a FCStone havia estimado 32,02 milhões de toneladas.

Demanda

A FCStone destacou ainda que, mesmo com estimativas de um consumo aquecido de soja e perspectiva de exportações recordes, de 61,5 milhões de toneladas, o balanço de oferta e demanda deve ficar mais confortável, diferentemente do observado em anos anteriores. Os estoques finais do ciclo 2016/17 foram estimados em quase 7 milhões de toneladas, com uma relação estoque/uso de 6,5%.

Ainda conforme a consultoria, os estoques finais da safra 2016/17 de milho devem superar 22 milhões de toneladas, com uma relação estoque/uso de 26,3%, mas isso dependerá do ritmo de exportação do Brasil. “Com essa alta recente do dólar, as negociações do cereal têm ficado mais favoráveis, inclusive com a competitividade internacional superando à dos EUA em alguns momentos”, disse a analista.