Ribeirão Preto, 2/2 – A INTL FCStone revisou nesta sexta-feira, 2, a estimativa de superávit global de açúcar na safra 2017/2018 – entre outubro do ano passado e setembro deste ano – de 2,8 milhões de toneladas para 3,6 milhões de toneladas. Na safra passada, encerrada em setembro de 2017, houve um déficit global de 2,4 milhões de toneladas.

Segundo a consultoria, o maior volume produzido de beterraba açucareira na União Europeia proporcionou o aumento na estimativa de oferta de açúcar branco, para 19,5 milhões de toneladas no bloco. “Caso essa expectativa se confirme, representaria um avanço anual de 24,7% na produção de açúcar da UE”, informou a INTL FCStone, em relatório. Essa revisão adicionou 600 mil toneladas em relação à projeção de superávit anterior em 2017/2018.

Já em relação à Ásia, perspectivas para China e Paquistão foram reduzidas, mas a queda foi compensada pelo aumento na estimativa de Índia e Tailândia. “Na Índia, o bom andamento da safra levou a um aumento da perspectiva de produção de açúcar de 25,0 para 26,3 milhões de toneladas o que, isoladamente, foi a maior variação, influenciando a estimativa de superávit global. Na Tailândia, o bom desenvolvimento da safra 2017/2018 levou usinas do país a registrarem novos recordes históricos de moagem de cana e produção de açúcar.”

A projeção para a produção tailandesa de açúcar foi elevada para 12,4 milhões de toneladas, ante 11,9 milhões de toneladas previstas em novembro.

Nas Américas, é esperado menos açúcar no Brasil e em Cuba e produção maior nos Estados Unidos. Apesar do incremento no lado da oferta, a demanda global também deve ganhar fôlego pelo aumento na perspectiva de crescimento da economia mundial, de 3,6% para 2017 e 3,7% para 2018 nas estimativas de outubro, para 3,7% e 3,9%, respectivamente, nas projeções de janeiro, segundo o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A revisão da INTL FCStone aponta para um consumo global na safra 2017/2018 em 183,8 milhões de toneladas, 1,1% acima da safra anterior e 0,3 ponto porcentual maior que a projeção de novembro. Os estoques globais da commodity alcançariam 74,6 mi de toneladas ao fim da safra atual, 5,1% acima dos estoques finais do ciclo 2016/2017.

Já a relação entre estoque e o uso em 2017/2018 ficaria em 40,6%, 1,6 ponto porcentual acima da safra anterior e o maior valor para este indicador desde a safra 2014/2015.