A pandemia da COVID-19 favoreceu o aumento de ataques cibernéticos em 50 países, com cada vez mais instituições de saúde e governos sendo afetados – alertou a Interpol nesta terça-feira (4).

No período de janeiro a abril, a organização internacional de cooperação policial detectou quase 907.000 spams, 737 incidentes relacionados a “malware” e 48.000 links para sites perigosos, todos “vinculados ao coronavírus”.

Os dados foram coletados pela Interpol no âmbito de uma pesquisa realizada entre abril e maio em seus 194 países-membros. No total, 48 países responderam: 42% deles na Europa; 19%, na Ásia; 17%, na África; 12%, na América; e 10%, no Oriente Médio.

Algumas empresas especializadas em segurança também forneceram informações.

“Os cibercriminosos estão desenvolvendo e aumentando seus ataques em um ritmo alarmante, explorando o medo e a incerteza causados pela instável situação econômica e social ligada à COVID-19”, disse o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, em um comunicado.

“A crescente dependência do mundo da web também cria novas oportunidades (para ataques), uma vez que muitas empresas e indivíduos não se asseguram de que suas (capacidades de) defesa (on-line) estejam atualizadas”, completou Stock.

Muitos tipos de ataques foram identificados.

Quase dois terços dos países que participaram da avaliação relatam golpes, ou complicações para recuperarem dados pessoais, devido a criminosos “que se fazem passar por governos, ou autoridades de saúde”.

A segunda técnica mais relatada é a difusão de “malware” e o pedido de resgate com uma “evolução na escolha das vítimas” para “maximizar danos e ganhos financeiros”.

O número de ataques a organizações de saúde atingiu um pico notável nas duas primeiras semanas de abril.

“Vários grupos (criminosos) que estavam inativos nos últimos meses retornaram à atividade”, explicou a Interpol.

O registro de nomes de domínios usando palavras-chave como “coronavírus”, ou “COVID”, também sofreu um “aumento significativo” e ocupa o terceiro lugar nas técnicas de fraude mais citadas pelos países.

Esses sites ilegítimos atraem os usuários “em busca de material médico, ou de informações sobre o coronavírus”, para, entre outras coisas, recuperar seus dados pessoais.

Os países analisados também apontam para uma circulação em massa de informações falsas.