O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 1,9% em abril ante março, para 96,2 pontos. É a segunda queda mensal consecutiva em 2019, após o recuo de 0,4% em março ante fevereiro, informou nesta sexta-feira, 26, a entidade.

Com a leitura de abril, o ICF continua abaixo da zona de satisfação, de 100 pontos. Segundo a CNC, desde abril de 2015, quando atingiu 102,9 pontos, o ICF não ultrapassa essa marca.

Além da segunda queda consecutiva, a CNC destacou, em nota, que todos os subíndices do ICF apresentaram queda na passagem de março para abril. Isso não acontecia desde julho do ano passado, “quando a economia do País ainda se recuperava dos prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros”, diz a nota da CNC.

Os subíndices Momento para Duráveis (-5,8%) e Perspectiva de Consumo (-3,3%) foram os que mais influenciaram a retração no ICF, seguidos pela Perspectiva Profissional (-1,7%) e a avaliação quanto ao Emprego Atual (-1,6%).

Para a CNC, a retração no ICF de abril demonstra maior cautela das famílias para consumir diante do aumento dos preços, dos juros altos e do nível de endividamento.

“As incertezas de curto prazo quanto aos rumos da economia, em virtude principalmente das dificuldades de melhora no mercado de trabalho, contribuíram para compor um quadro de relativo desânimo entre as famílias brasileiras”, diz a nota da entidade.