Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em agosto, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 0,6% em relação a julho, para 85,6 pontos, após dois meses consecutivos de quedas. Na comparação com agosto do ano passado, o avanço foi de 10,7%.

Quatro dos sete componentes da pesquisa tiveram crescimento na passagem de julho para agosto, com destaque para o nível de consumo atual (+3,4%) e a perspectiva de consumo (+1,8%).

“Esse movimento sugere que o susto das famílias com a greve dos caminhoneiros vai ficando para trás, na medida em que os choques de preços observados logo após a paralisação (dos caminhoneiros) não se replicaram nas semanas seguintes”, avaliou o economista Antonio Everton, da CNC, em nota oficial.

A redução nos preços após a crise de abastecimento, provocada pela greve de caminhoneiros ao longo de 11 dias em maio, fez avançar também a avaliação dos consumidores sobre a renda atual (+0,3%, para 99,3 pontos). No entanto, mais da metade das famílias (51,5%) declarou estar consumindo menos atualmente do que há um ano (59,3%).

A pesquisa mostrou que o mercado de trabalho ainda é preocupação para os brasileiros. Os componentes que medem a percepção sobre o emprego atual (-0,4%, para 112,4 pontos) e a perspectiva profissional (-0,8%, para 100,2 pontos) ficaram negativos em relação a julho, apesar de se manterem ainda na zona favorável, acima de 100 pontos.

“Isso indica o maior receio das famílias diante da incapacidade da economia de voltar a crescer e gerar postos de trabalho de forma mais consistente”, completou Everton.