O renomado intelectual americano Noam Chomsky se uniu a um manifesto de jornalistas, advogados e escritores australianos para que a primeira-ministra da Austrália expresse um “apoio firme” ao fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, que tem nacionalidade australiana.

“A retórica cada vez mais violenta contra Julian Assange gera graves preocupações com a segurança do fundador do WikiLeaks”, afirma a carta dirigida à chefe de Governo da Astrália, Julia Gillard.

“Pedimos que condene, em nome do governo australiano, as convocações de agressão física a Assange e que afirme publicamente que a senhora garantirá que Assange receba as proteções a que tem direito, mesmo que as ameaças venham de indivíduos ou Estados”, completa o texto, publicado no site do canal de televisão australiano ABC.

A carta foi escrita pelo professor Jeff Sparrow, da Universidade de Victoria, e por Lizzie O’Shea, advogada especializada na defesa dos direitos humanos.

Segundo Sparrow, alguns convites de assinatura ao documento foram enviados e muitas figuras de expressão aderiram ao manifesto.

A equipe foi contactada por Noam Chomsky, linguista e professor no MIT (Massachusetts Institute of Technology).

“Chomsky entrou em contato conosco porque, acredito, alguém enviou a mensagem para ele”, declarou Sparrow à AFP.

“Acredito que a impressão de que Assange é tratado de forma injusta não se limita a Austrália”, completou.

Entre os signatários figuram o senador do Partido Verde Bob Brown e vários escritores australianos, como Raimond Gaita, Christos Tsiolkas e Helen Garner.

Segundo a carta, uma declaração da primeira-ministra “não teria que criar controvérsia. É um simples compromisso a favor dos princípios democráticos e da lei”.

“Se não fizermos nada para evitar as incitações à violência contra Assange, um precedente perturbador terá sido estabelecido no mundo anglófono”, destaca o texto.

No fim de novembro, o governo australiano declarou, por meio do procurador-geral Robert McClelland, que apoiaria Washington no caso de ação judicial contra o WikiLeaks.

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