Todo mundo saiu terceirizando a produção de microprocessadores. Legal, né? Aí você se chama Intel e decide fazer o mesmo. Resultado: suas ações, que estavam negociadas na casa dos US$ 60 em um dia, passam a ser vendidas no pregão seguinte na linha dos US$ 49 (queda de 18%). Atualmente, a terceirização é a norma no setor de US$ 400 bilhões. Mas há meio século a Intel combina o design de chips com a produção interna. Até recentemente, ela estava planejando produzir processadores para outros. “Na medida em que precisamos usar a tecnologia de processo de produção de outro chamamos esses planos de contingência, e estaremos preparados para fazer isso”, disse o CEO da companhia,
Bob Swan a analistas em uma teleconferência. “Isso nos dá muito mais opções e flexibilidade. Portanto, no caso de um problema, podemos tentar algo em vez de fazer tudo sozinhos.” Não colou. Na segunda-feira (27) os papeis caíam mais 2%. Para Matt Ramsay, analista da Cowen & Co citado pela Bloomberg, a busca por essa opção representaria uma enorme mudança no setor e o fim do maior diferenciador da Intel. Uma coisa é certa. O preço das ações ficou baixo.

(Nota publicada na edição 1182 da Revista Dinheiro)