Adquirir a divisão agrícola da Goodyear, em 2011, foi o primeiro passo da Titan Pneus no Brasil. Desde então, a multinacional americana criou marca própria, ampliou a linha produtiva e o portfólio para atender o mercado de construção. Isso garantiur a liderança de mercado brasileiro tanto em equipamento original (50%) quanto em reposição (27%). Para manter a dianteira, a empresa investe agora R$ 60 milhões na operação nacional. “O ciclo engloba novas tecnologias”, afirmou Luiz Marthe, diretor de vendas e marketing para o Brasil e para a América Latina.

A expansão é puxada pelo crescimento do agronegócio no País, principalmente a partir do terceiro trimestre de 2020, com o aumento na venda de máquinas agrícolas. Mesmo antes disso, porém, a Titan já vinha aumentado a produção para atender a clientela local. Isso inclui a adoção de novas medidas de pneus para máquinas e melhoria tecnológica para ajudar as montadoras a escolherem os melhor modelos para cada necessidade. “A melhoria tecnológica quando se precisa produzir pneus de performance. Temos modelos em que damos oito anos de garantia”, disse Marthe.

No portfólio da empresa são oferecidos 418 modelos de pneus, fato que a consolida como a maior da indústria pneumática nacional. A linha Farm (fazenda) concentra 80% (342) da produção. Já as linhas OTR (fora de estrada) e Truck respondem, respectivamente, por 13% e 7% do total fabricado na planta do Belenzinho, na capital paulista. Mas a vocação está mesmo em atender o agro. “Esse é o nosso DNA”, disse o engenheiro agrônomo. Um pneu do segmento pode pesar 400kg e ter 2m de altura. “O preço pode chegar a R$ 20 mil a unidade.”

50% foi o quanto cresceu o faturamento da titan no país em 2021. para este ano, a alta esperada é de 25%

PETRÓLEO E INFLAÇÃO O aumento das vendas resultou na receita 50% maior da Titan no País em 2021. “Quando a gente fala em faturamento engloba volume adicional e o crescimento decorrente do aumento dos preços, por causa da pressão inflacionária do petróleo e da própria inflação”, afirmou Marthe. Em 2022 o incremento está na ordem de 30% e a estimativa é fechar em 25% até o final de dezembro, na comparação anual.

Os desafios para o segmento, contudo, seguem e estão refletidos principalmente nas altas dos custos, segundo Edson Tebaldi, diretor-geral da fábrica Titan Pneus Brasil e América Latina. Cerca de 75% dos insumos e matérias-primas utilizados na produção de um pneu são importados, principalmente da Ásia. Além disso, a cadeia sofre o impacto do aumento do preço do petróleo e da logística internacional, que teve um incremento bastante significativo. “Os custos aumentaram em média de 25% a 30%. Temos trabalhado forte para repassar o mínimo possível para os clientes, além de atuar mais com fornecedores locais.”