O desafio global de alimentar a população crescente ao mesmo tempo em que se reduzem as emissões de gases de efeito estufa tem mobilizado empresas, governos e uma variedade de instituições. Responsável por entre 10% e 12% das emissões geradas pela atividade humana no mundo, a produção agropecuária é uma das atividades mais afetadas por essas transformações. O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) desenvolveu um estudo para mapear como o emprego da tecnologia no campo ajuda o meio ambiente. Segundo números do IBGE, coletados pela pesquisa, 93% dos produtores rurais já possuem smartphones. Além disso, até 2020, espera-se que mais de 75 milhões de dispositivos agrícolas de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) estejam em uso pelo mundo. Como consequência, a fazenda média gerará 4,1 milhões de pontos de dados diariamente em 2050, contra 190 mil em 2014. O estudo mostra que a Agricultura 4.0 e a produção de baixo carbono são etapas cruciais para limitar o aquecimento global a menos de 2°C em comparação com os níveis pré-industriais. De acordo com a consultoria PwC, as soluções de negócios para uma produção de baixo carbono podem viabilizar até 65% das metas de redução das emissões de efeito estufa e resultar em investimentos da ordem de US$ 5 trilhões a US$ 10 trilhões, gerando de 20 mil a 45 mil empregos por ano.

(Nota publicada na Edição 1144 da Revista Dinheiro)