Livrarias, floriculturas, perfumarias, salões de beleza e até autoescolas. Uma onda de indignação crescia nesta terça-feira (3) na França, contra o fechamento dos comércios considerados não essenciais para frear a pandemia de coronavírus.

“É uma injustiça total!”, disse à AFP Edouard Falguieres, representante dos salões de beleza Guinot e Marie Cohr que, assim como outros comércios considerados não essenciais, permanecem fechados desde sexta-feira.

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Esses comerciantes pedem que o governo autorize a reabertura de suas lojas em 13 de novembro, ou seja, a data estabelecida pelo presidente Emmanuel Macron para “reavaliar” a situação dos comércios fechados pelo novo confinamento.

– Fechamentos em massa –

Os pequenos comerciantes franceses temem que o segundo confinamento, que durará pelo menos até 1o de dezembro, dê um golpe fatal aos estabelecimentos já fragilizados pelo confinamento da primavera (europeia).

E isso mesmo que a nova quarentena seja mais flexível, já que existe a possibilidade para alguns comércios de que os clientes façam seus pedidos online e os retirem na entrada das lojas.

Preocupados também com seu futuro, gerentes de autoescolas bloquearam nesta terça-feira, pelo segundo dia consecutivo, vários centros de provas para expressar sua indignação por não poder continuar dando aulas.

O Fundo de Solidariedade desenvolvido pelo governo francês prevê uma indenização de até 10.000 euros (11.700 dólares) para compensar a queda do volume de negócios e um crédito fiscal para os donos dos locais onde funcionam os comércios e que renunciam um mês de aluguel em cada três.

– Rebelião de prefeitos –

Desde o anúncio do novo confinamento, vários prefeitos também autorizaram por decreto a abertura de lojas em suas cidades, contrariando o governo central.

Bernard Carayon, prefeito de Lavaur, uma cidade a cerca de 40 km de Toulouse, no sudoeste da França, foi mais além e autorizou os cafés, locais de culto e salas de esporte a abrirem suas portas.

Diante do descontentamento, o primeiro-ministro Jean Castex anunciou que, em nome da “igualdade” e da segurança sanitária, o governo decidiu fechar as prateleiras de produtos “não essenciais” dos supermercados, em vez de permitir a reabertura das pequenas lojas.

O governo publicou nesta terça-feira um decreto sobre os produtos que podem ser vendidos nos supermercados, entre os quais figuram, entre outros, os produtos de higiene, limpeza e cuidado de crianças.

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