A participação da iniciativa privada pode ajudar o Brasil em relação ao plano de universalização dos serviços de saneamento básico até 2033. Pelo menos é o que revela estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta quarta-feira, 15. De acordo com a CNI, países eficientes em saneamento básico, como Alemanha, Inglaterra e Chile, têm ampla participação de companhias privadas.

A cobertura de serviços de esgoto no Brasil apresenta grande defasagem na comparação com países com renda per capita equivalente ou até menor, que têm participação de empresas privadas maiores. O Chile, por exemplo, possui 94% de participação privada, e Brasil apenas 5%. A CNI defende que o Brasil importe exemplos internacionais de sucesso para melhorar seus índices de saneamento.

Na avaliação da entidade, não há um modelo único ideal, pois os países analisados mostram soluções heterogêneas para o desenvolvimento do saneamento. No entanto, há três ingredientes fundamentais para o bom funcionamento do setor: planejamento, regulação e gestão.

“No contexto brasileiro, a maior participação do setor privado seria fator chave para as melhorias desses três aspectos”, destaca o estudo, que examinou também a situação na Alemanha, Canadá, Chile, Estados Unidos, Japão, México e Inglaterra.

Pelo levantamento, no ritmo atual de investimentos, a universalização dos serviços no Brasil seria atingida apenas em 2052 – quase 20 anos depois da meta estipulada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Entre 2009 e 2013, conforme dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), a média brasileira de investimento no setor foi de R$ 11,12 bilhões.

Em 2014, a cifra chegou à ordem de R$ 12,2 bilhões, enquanto em 2015 estima-se que a fatia não tenha passado de R$ 8,5 bilhões, redução de mais de 30%. A previsão do Plansab para investimentos em 2014 era de R$ 26,8 bilhões, mais do que o dobro do valor investido naquele ano.