A inflação superou os 300% na Venezuela em 2022, segundo estimativas divulgadas nesta quinta-feira (5) por organizações privadas, referências devido à falta de dados oficiais.

A ONG Centro de Difusão do Conhecimento Econômico (Cedice) estimou uma inflação acumulada de 310,33% no ano passado, com o setor de alimentos entre os mais afetados, com altas nos preços que chegaram a 332,43%.

A Cedice informou, ainda, um aumento do custo de vida em dólares de 27,01% ao longo do ano passado, consequência de a inflação ter superado a desvalorização da combalida moeda local, o bolívar, em relação à moeda americana.

O dólar é predominante nas ruas da Venezuela desde 2019, depois que o governo do presidente Nicolás Maduro flexibilizou o controle do câmbio, que proibiu sua circulação durante 15 anos.

O Observatório Venezuelano das Finanças (OVF), centro de análise vinculado à oposição, também anunciou sua estimativa de inflação acumulada em 2022, situando-a em 305,7%.

Depois de um longo ciclo hiperinflacionário, em meio a uma profunda crise em que sua economia encolheu 80% entre 2014 e 2021, o país viveu uma desaceleração no ritmo do aumento dos preços.

No entanto, continua sofrendo com uma das inflações mais altas do mundo.

O Banco Central (BCV) informou que a inflação em 2021 foi de 686,4%. Em seu último boletim oficial, o BCV, calculou em 119,4% a inflação acumulada em 2022 entre janeiro e outubro, e a interanual entre outubro de 2021 e outubro de 2022 em 155,8%.