O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que a inflação está baixa, controlada e tem rodado abaixo da meta estipulada para este ano e para os próximos anos. “As inflações futuras estão todas abaixo da meta. Esse fenômeno de inflação baixa não é apenas brasileiro. E isso nos permite cortar juros”, disse, em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

Ele avaliou nesta quarta-feira, 6, que há um processo recorrente de revisões para baixo das projeções de crescimento da economia mundial, e pontuou que a perspectiva positiva de evolução da atividade global vem da Ásia, sobretudo de Índia e Indonésia.

O presidente do BC também citou que, em reunião recente no FMI, mencionou-se queda da corrente de comércio. “O resultado desse crescimento baixo por muito tempo é o juro baixo. Esse estoque de títulos a juros baixos pode criar alguma instabilidade financeira”, afirmou.

Campos Neto afirmou ainda que a queda da curva de juros longa permitirá ao Brasil se “reinventar” com crédito privado. Segundo ele, a autoridade monetária controla a taxa curta, mas ela se propaga no tempo quando há credibilidade da política monetária.

“A queda da taxa longa é importante porque passou a ser possível financiar projetos de longo prazo sem a necessidade de subsídios do governo. Pela primeira vez podemos fazer essa reinvenção do Estado com dinheiro privado. Tanto que há emissão recorde em 2019 de debêntures de infraestrutura”, completou o presidente do BC.